Primeiro, um agradecimento especial ao recesso que me permite passar horas escrevendo sobre o que eu gosto sem me sentir culpada. Agora, vamos falar sobre uma das partes da minha personalidade que eu mais gosto: eu sou uma fangirl incurável. Ser fangirl é provavelmente meu segundo maior talento e a "profissão" à qual eu dedico mais tempo. Mas vamos por partes: se você não está no Tumblr, nem no Twitter ou é um alienígena que não conhece a internet, talvez não saiba o que significa Fangirl. De acordo com a melhor definição do Urban Dictionary:
Fangirl
1. Uma raça raivosa da fêmea humana que é obcecada por um personagem de ficção ou um ator (eu corrijo para artista, elenco ou banda - e depois de ver minha irmã assistindo a final da Copa das Confederações de 2013 pela 1000ª vez e narrando o jogo junto com o Galvão, não esqueçamos dos esportistas, times e seleções também). Semelhante à raça de fanboy.
2. Um dos melhores livros já escrito na história da humanidade por Rainbow Rowell. 
 Da mesma forma Fangirling é
1. A reação que uma fangirl tem a qualquer menção ou vislumbre do objeto de sua afeição. Essas reações incluem falta de ar, desmaios, ruídos agudos, sacudir ou balançar a cabeça ferozmente como se no meio de uma crise, calcinha molhada, postagens de blog intermináveis (ver Como nasce uma obsessão: MisterWives), etc.
2. Uma reunião de duas ou mais fangirls em que eles passam a perder quantidades infinitas de tempo surtando, discutindo/argumentando, stalkeando, entre outras coisas, o objeto de sua "afeição".  
E por sua vez, Fandom é
A comunidade que circunda um programa de tv/filme/livro, etc. escritores de fanfiction, artistas, poetas e cosplayers são todos membros de um fandom. 
Isso explicado, eu resolvi escrever esse post porque me dei conta de que muitas vezes o termo Fangirl é usado como depreciativo - o que é bem chato. Quer dizer, nós somos loucas, mas pelo menos somos loucas por um bom motivo. Logo, eu estou aqui para defender a mim e as minhas colegas de fangirling com um post que explica porque ser fangirl é uma das melhores coisas do universo.

FUN FACT: Essa é Lilly Singh aka Superwoman que tem um dos meus canais preferidos no YouTube (citei ela por alto no Diário Artístico sobre procrastinar). Ontem ela e a Ashly Perez (responsável por outro dos meus canais preferidos o BuzzFeed Violet) responderam um tweet meu sobre a Lilly aparecer no BF Violet. Eu ainda estou fangirlando sobre isso.
Eu vou dizer uma vez porque alguém precisa fazer isso: PAREM DE FAZER AS PESSOAS SE SENTIREM MAL POR SEREM APAIXONADAS POR ALGO. De todas as coisas pelas quais as pessoas deveriam se sentir culpadas e envergonhadas ser apaixonada e dedicada por algo que a faz bem e não machuca ninguém (e se machuca, está tudo errado) não é uma delas. Claro que existe gente que passa dos limites, mas em todas as áreas da vida sempre tem alguém que exagera. Até mesmo entre os fandoms existe essa coisa de que "fã de tal coisa é isso", "fã de tal coisa é aquilo". OK, CALMA. Todos nós estamos nessa vida de dor e sofrimento, stalkeando instagrams de pessoas que nem sabem que a gente existe o tempo todo e tentando ser notados por nossos ídolos pelo menos uma vez. Ninguém é melhor ou pior que ninguém. E outra coisa que é muito importante de ser lembrada: artistas são seres humanos, que fazem tantas idiotices quanto qualquer um de nós. Isso vale ser lembrado para as próprias fangirls, que grande parte das vezes se recusam terminantemente a aceitar que seu ídolo cometeu um erro, quanto para quem se recusa a aceitar que o fato de você ser fã de alguém que fez uma babaquice não te faz babaca automaticamente. (A menos que você seja do tipo que defende o ídolo que estuprou uma menina & jogou a culpa na menina - preciso citar nomes? -. Nesse caso você realmente precisa repensar suas escolhas.) (Eu tenho uma filosofia de vida sobre quem eu sou fã e o que eles fazem: Sempre me pergunto como eu reagiria se um amigo fizesse algo do tipo. Facilita demais a vida).
Eu só realmente acho fácil demais tachar alguém de ridículo por gostar de algo ou alguém. Mas a verdade é: cada pessoa desse universo gosta pelo menos de uma coisa que não é popular OU que não é cult. Não minta, todo hipster intelectual tem alguma paixão secreta por algo tipo a Xuxa. Sempre existe aquela coisa completamente ridícula que te deixa com vontade de gritar. Não discorde, você não está mentindo para mim, está mentindo para si mesmo. Eu não posso julgar, até porque de alguma forma eu sempre acabo sendo fã das coisas mais estranhas do mundo.

Hoje é aniversário de Etienne Bowler, então essa sou eu o dia inteiro.
Eu comecei nessa vida de fangirl aos 9 anos de idade, depois de começar a assistir Heroes e ficar levemente obcecada pela Hayden Panettiere. Depois disso, eu passei por um número infitino de fases obsessivas. E eu não sou aquelas fangirls leves, que só surtam quando o momento pede. Quando o assunto é algo pelo qual eu sou apaixonada, que me marcou ou que é importante para mim eu sou totalmente louca e completamente insuportável. Eu vou surtar pelas coisas mais simples (coisas bem bobas mesmo) e passar um tempo que chega a durar meses falando sobre a mesma coisa. Só que apesar de nunca ter parado de fangirlar, eu jurava que já tinha passado da fase de perder horas da minha vida por causa de um artista. Até o dia em que eu resolvi procurar a música que tocava em um vine que eu gostava e MisterWives entrou na minha vida, me transformando novamente em uma fangirl de 13 anos. Eu nem fico com vergonha em pensar o tempo que eu perco com essa banda ridícula (PSA: Eles são minha banda ridícula. Vocês não podem chamá-los assim), porque não parece tempo perdido de jeito nenhum.
Como fã, você deixa sua alma ser tocada pela arte. Você se conecta com alguém que você nunca viu e que não faz ideia de quem você é, mas que ainda assim parece estar falando diretamente com você. É tudo sobre a arte. E amar alguém através da arte é uma das formas mais bonitas de amor. Ser fã é uma forma de escape e uma forma de conexão ao mesmo tempo. A música da minha banda preferida é uma das constantes da minha vida, mesmo quando as coisas estão caóticas. Conseguir me focar em uma coisa simples que me faz feliz, como um clipe novo, ao invés de me deixar me afogar nos meus próprios problemas é maravilhoso. E ao mesmo tempo, conhecer o fandom e fazer amizades com pessoas que gostam das mesmas coisas que você, pode ser ainda outro tipo de salvação. Como a geração que passa mais tempo online nós estamos buscando novas formas de nos conectarmos, de nos encontrarmos. Um bom livro, um bom filme, uma boa música pode mudar a vida de alguém de uma forma profunda. E envergonhar alguém por isso é bem patético.
É basicamente isso, ser fangirl é quase padecer no paraíso e se algum dia - pelas infelicidades e responsabilidades da vida - eu deixar de ser uma, eu quero ter certeza de que aproveitei cada momento disso, então sim, eu continuarei sendo insuportavelmente estridente no que diz respeito às pessoas de quem sou fã.
G.