Vou tentar organizar este post de uma forma lógica, já que ele é sobre muito mais coisas do que era originalmente. Basicamente, esse começo será de explicações e depois vem o post real, e começando, este vai ser o último post do Diário de Bordo 7. Não era o que eu queria originalmente, mas eu não sei se consigo escrever mais do DdB.
Eis a situação: Depois de sair do estágio no dia 24, ao invés de naturalmente evoluir para uma pessoa com mais tempo e mais liberdade e mais tempo para escrever, eu entrei em um baita slump (ou brejo, em tradução direta). Escrever virou a coisa mais difícil do mundo inteiro. E acreditem, eu queria conseguir escrever sobre não conseguir escrever, mas não é uma opção. A terapia e outros aspectos da minha vida tem me feito pensar muito no que eu escrevo e no que eu compartilho com o mundo. Eu criei comigo mesma essa necessidade e essa obrigação de "blogar" e "contar o que está acontecendo" e quando eu não consigo eu sinto que deixei de cumprir uma obrigação e ser produtiva. E isso me faz mais mal do que bem. Porque eu vou estar aqui me sentindo mal para cacete por não ter completado um post de blog quando todo mundo na minha vida abandonou os blogs que criou porque não tem tempo. Eu amo isso aqui, de paixão, e eu não acho que vá conseguir abandonar o Quebrei a máquina de escrever um dia, mas eu preciso que isso aqui seja mais natural. Eu quero me sentir muito animada sobre algum assunto e escrever uns três posts sobre o tema e deixar guardados para postar aleatoriamente no futuro. Não me sentar diante do computador por duas horas sem conseguir escrever ao ponto de cair no choro porque eu "preciso terminar essa coluna" (aconteceu semana passada).
Por mais que o blog faça, sim, parte da minha vida profissional e tenha aberto muitas oportunidades para mim, eu tenho essa ideia de que meu esforço nunca é o bastante e que eu preciso trabalhar mais e mais. Eu preciso pensar em todas as coisas que eu já fiz neste blog, ao invés das coisas que eu não fiz. Então eu preciso me afastar da minha própria cabeça um pouco. Porque cara, eu tenho trabalhado muito. Desde que eu saí do estágio eu já mandei ideias para um monte de revistas, estou trabalhando em alguns projetos paralelos e enviando meus livrinhos para editoras. Eu estou fazendo minha vida acontecer. Eu preciso mesmo deixar de ser tão imediatista de querer ver os resultados na hora e de achar que eu faço menos por não ser produtiva o tempo inteiro. Preciso me dar tempo e ouvir o que minha própria mente está me dizendo. Este ano é sobre trabalhar em coisas que eu amo e eu não posso me obrigar fazer tanto esforço que eu vou começar a odiar o que eu amo. (Eu realmente desenvolvi um relacionamento tóxico com trabalho por causa do estágio e de ter trabalhado com gente megalomaníaca. É possível que eu esteja me tornando megalomaníaca. Não posso deixar isso acontecer.)
Então, eu vou terminar o Diário de Bordo 7 por aqui, mesmo que eu tenha querido escrever mais três posts que realmente não tinham saído do campo das ideias. Eu atualizei a parte 2 do DdB 7 com a lista do Movies & Stuff para vocês descobrirem o que eu assisti, li e ouvi. O que eu pensei em dizer nos outros posts, eu vou dizer um dia, quem sabe? Em posts de outras colunas. Depende de como eu me sentir. E sobre as próximas semanas, eu vou tentar postar semanalmente, mas eu não posso garantir nada. Saibam que independentemente de sumir aqui, eu estou trabalhando e vocês vão ter textos meus publicados - eu tive uma ideia muito boa para conto inclusive. Talvez eu até publique um artigo científico este ano. QUEM SOU EU?

Eu bêbada às 10 horas da noite do dia 18 de fevereiro
Indo ao post, vamos começar do começo: Eu começo a falar do meu aniversário com vontade e dedicação cerca de 100 dias antes da data (é sério. Dia 10 de novembro faltam exatos 100 dias para o meu aniversário e aí eu começo a falar), mas depois do Natal e do Ano Novo, eu decreto que é oficialmente minha Temporada de Aniversário e é tudo que eu consigo falar e planejar. São exatamente 7 semanas (meu aniversário é o 49º dia do ano) de Giulia contando os dias até a data, planejando o que vai fazer, fazendo listas de presentes e depois comprando tudo para si mesma, entre vários outros eventos ligados a aniversário. Uma dessas coisas é meu inferno astral. Nos últimos três anos (2015, 2016 e 2017) meu inferno astral foi extremamente ansiolítico, mas carmicamente bom. Eu ficava nervosa e esperava muito, mas coisas boas estavam acontecendo na minha vida e coisas que eu não poderia ignorar como a aprovação no vestibular, descobrir MisterWives, etc, etc, etc. Mas aí, este ano, nem tantas coisas aconteceram e nem tantas coisas boas aconteceram. Eu não estava me sentindo tão ansiosa, mas eu estava sentindo todas as coisas ao mesmo tempo.
Se você tem acompanhado minha jornada pessoal nos últimos meses sabe que meu crescimento tem sido completamente sobre ser emocionalmente honesta (referência a Love Daily. Leiam a resenha) e me permitir sentir as coisas que eu estou sentindo. E o que eu aprendi foi que eu sinto, MUITO. Eu posso ir de ter o melhor dia de todos para perder completamente o controle dos meus sentimentos em duas horas e meia. E lembrar sempre que eu preciso me permitir sentir todas as coisas que eu sinto faz com que muitas vezes a vida como um todo seja demais. Então, eu tenho chorado muito. Eu chorei mais nesses primeiros três meses de 2018 do que nos anos de 2015 e 2016 juntos. E eu também me sinto mais estranhamente saudável agora do que eu senti em 2015 e 2016. Foram lágrimas catárticas, lágrimas boas, lágrimas que tiram aquele peso do peito e permitem que a gente durma. Então, sentir muito e sentir tudo tem me feito muito bem, mesmo que em alguns dias eu fique só esse gif:

"Eu só quero sentar e encarar o nada e gritar em silêncio pelo resto da eternidade."
A razão para eu contar isso tudo é porque nas semanas que levaram ao meu aniversário, eu chorei muito. Minha ideia original de viajar para Maceió foi cancelada por falta de dinheiro e eu entrei numa paranoia extensa já que todos os aniversários que eu passei na minha cidade foram esquisitos e eu acabava o dia sentindo que não comemorei o suficiente. Por outro lado, eu me lembrava de como eu me senti vazia em alguns momentos do ano passado, mesmo viajando, então bateu o desespero pensando que independente do que eu fizesse eu não teria um bom aniversário. Eu sou dramática em excesso, é verdade, e ansiosa também então depois que essas paranoias inexplicáveis entraram nas profundezas do meu ser, toda vez que algo dava errado eu desabafa. Foram brigas com amigos e comentários que me deixaram insegura sobre o que aconteceria na data. Eu me senti muito sozinha. E eu lembrei a mim mesma quantas vezes fosse necessário que era meu dia, era sobre mim e que eu não ia deixar que o que aconteceu no Natal se repetisse. Passar meu dia com quem queria passar tempo comigo.
Aí a data se aproximou e eu fui ficando mais calma. A fragilidade me deixou e eu não estava ansiosa, só animada para a minha data. Eu não fazia ideia do que ia fazer, mas mesmo que não fizesse nada, eu ia ficar bem. Nem que eu passasse o dia maratonando The Thundermans (na verdade, eu lembrei a mim mesma que nas últimas datas comemorativas, eu sempre terminei o dia vendo The Thundermans para não chorar, então qualquer coisa era lucro). Eu criei expectativas para a data e algumas deram errado, mas outras que eu não esperava deram certo. Eu ganhei uma festa surpresa (que eu desconfiei, mas não estraguei) de pessoas que precisaram lutar muito para passar esse tempo comigo porque eu sou uma pessoa complicada quando o assunto é não-estragar festas surpresas. Eu senti tanto e tudo ao mesmo tempo e eu me senti tão pronta para fazer 20 anos. Depois eu ainda segui em frente com a ideia de fazer uma festa no dia 23 de fevereiro (aniversário de 5 anos da minha festa de 15 anos) e quando a data chegou eu estava 100% pronta para não pensar mais sobre meu aniversário até o ano que vem.
Os 20 anos têm sido esquisitos. Eu me sinto tão velha - mas ao mesmo tempo, eu não me sinto mais deslocada. Estou no lugar certo. Meus 20 anos serão a hora de ter coragem de dizer ao mundo quem eu sou, no volume mais alto possível.
Vejo vocês em breve,
G.