Não, eu não morri. Eu to de férias, viajando e tudo, mas esse também não é o motivo para eu ter sumido. A questão é que eu passei a metade da semana na pior TPM de todos os tempos. Três dias atrás eu tava tão nervosa que eu não consegui fazer nada. Sem falar que eu tenho sentido tanto calor no Rio de Janeiro (e não um calor normal, como no verão, mas um calor interno como uma espécie de febre zumbi) que não tem dado vontade de fazer nada além de deitar no chão e encarar o teto. É, não tem sido a melhor viagem das melhores férias de todos os tempos (mas não é a pior também).
Mas não é sobre isso que eu quero falar, e sim sobre minhas mais recentes experiências sociológicas. (Eu estou escrevendo isso na sexta [anteontem] [dia 27], enquanto termino a primeira temporada de Happy Endings, já que eu passei a tarde inteira vendo a primeira metade da segunda temporada de The Borgias, então se isso tudo não fizer o mínimo sentido [mesmo que eu tenha revisado tudo no sábado] [ontem] [dia 28] não se surpreenda).
Desde que eu voltei do acampamento para o qual (Eu tinha escrito só "que" no lugar desse "para o qual", mas eu to substituindo tudo para o máximo de palavras possível só para me preparar para o CampNaNoWriMo de julho [mais sobre isso depois]) eu fui na semana passada, eu tenho falado mais do que eu normalmente falo no meu Facebook pessoal (É tudo culpa de quem fica curtindo o que eu posto, porque eu já disse um milhão de vezes que não se pode me dar corda ou eu não calo a boca nunca. Vocês despertaram a maldição agora vão ter que aguentar) e ainda por cima sobre assuntos polêmicos, o que eu não faço com muita frequência. Mas eu tinha um motivo (além da TPM): eu estava confirmando que a minha opinião geral sobre as pessoas estava certa.
Tudo começou no acampamento. Como eu estava parcialmente privada de internet, eu só sabia escrever e ler. Sim, eu só fazia isso, porque é o que eu amo fazer e é o que eu sinto vontade de fazer e que eu preciso fazer porque eu tenho prazos a cumprir. (Ontem [dia 28] mesmo eu fui na casa do meu tio [que na verdade é cunhado da minha tia avó e meu primo em 6º grau, mas eu já expliquei isso antes] e tive que abandonar esse post e a segunda temporada de The Borgias para ficar fazendo NADA enquanto os adultos conversavam. Eu comecei a fuçar o jornal que estava na mesinha de centro até achar as palavras cruzadas. Em 40 minutos eu tinha acabado com todas as palavras cruzadas da casa. Tudo isso porque eu estava cheia de criatividade e sem lugar nenhum para extravasá-la!) Então basicamente eu enjoava rápido de quem tentava tirar o livro ou o notebook de mim e entrava em conversas superlegais com quem realmente tirava um tempo para perguntar sobre meu livro ou sobre o quê eu estava lendo. Não me julguem, quer dizer eu sei que amizade é uma via de mão dupla, logo eu deveria largar meu livro e ir conversar sobre um assunto que a outra pessoa gosta, e eu até queria tentar socializar (não queria não), mas o caso é que quando você é forçada a passar quatro dias com pessoas as vezes você é forçada a conhecer os defeitos delas antes mesmo de gostar das qualidades, e por isso mesmo eu já NÃO me identifiquei com muita gente ali (menos os que eram meus amigos antes que continuam sendo meus amigos porque eu já conhecia os defeitos da maioria deles).
Tudo começou no primeiro dia, antes do culto da noite (Eu já expliquei como esses acampamentos da igreja funcionam: devocional de manhã, e culto a noite, as vezes palestras, mas geralmente a tarde é sempre livre) (E não, esse não é um post sobre o acampamento. Ele foi MUITO bom por sinal, e eu só estou o citando agora para chegar ao meu ponto) quando eu estava deitada na minha cama  (A última do treliche, tipo lá embaixo quase no chão. Eu machuquei minhas costas saindo dali) tentando terminar de ler Insurgente quando duas meninas do outro quarto entraram e começaram a conversar com as meninas do meu quarto (Não que eu viva ouvindo as conversas dos outros, mas parece que as vezes as pessoas esquecem que quem está lendo ainda consegue ouvir. Minha mãe me disse que a mesma coisa acontecia com ela o tempo todo), aparentemente uma das meninas queria ficar com um dos garotos do acampamento. Esse não é o ponto do post porque ei, adolescentes são assim mesmo, nós podemos perfeitamente ficar falando sobre horas sobre alguém que achamos vagamente interessantes. A questão é que pelos três dias seguintes a garota só tinha esse assunto, e até mesmo começou a falar mal das outras garotas que ousavam chegar perto do garoto que ela queria. A mesma situação (garota A odeia garota B que fala com garoto que garota A gosta) se repetiu 3 VEZES, só pelo que eu ouvi, mas provavelmente aconteceu mais. Detalhe importante: nós estávamos em um acampamento de jovens e adolescentes da igreja, cujo tema (PELA 90ª VEZ DESDE 2011) estava diretamente relacionado a comunhão.
E esse é o ponto do post e a teoria que eu provei com as coisas que eu postei no Facebook recentemente: Nos últimos milhares de anos, as pessoas foram programadas para se odiarem. É sério, pensem em quão fácil as pessoas odeiam outras que: a) gostem/tenham coisas que elas desejam, b) discordem do que elas acreditam, c) tenham opiniões divergentes das dela sobre o mesmo assunto, d) elas considerem "melhores" sob algum aspecto e etc. Pensem em quantas chances de boas amizades e até amores verdadeiros são perdidos porque duas pessoas não conseguem se suportar por motivos idiotas e completamente mesquinhos? Não to dizendo que eu sou uma santa que ama todos. Até porque eu acho muito mais fácil não gostar de alguém do que amar alguém de verdade. Amor é um sentimento complexo que depende de muitas coisas algumas além do nosso controle. Já o ódio...
É fácil até demais odiar alguém. Todo muito tem defeitos, todo mundo comete erros. O ódio pode ser desencadeado por qualquer deslize que a pessoa sequer tenha percebido que cometeu. Pergunte porque alguém ama alguém e provavelmente vão dizer que quem sabe a resposta para essa pergunta não ama de verdade. Pegunte porque alguém odeia alguém e senta que lá vem história.
Vou provar minha teoria de que na verdade é esperado que nós nos odiemos uns aos outros, a partir do que eu tenho postado recentemente.

Eu sei que, mesmo em 2014, o racismo ainda é uma coisa séria e frequente, mas quando eu vejo as pessoas maravilhadas por ver alguém tratando um negro com educação (como se houvesse qualquer outra forma aceitável de se tratar um ser humano) ou com admiração eu me pergunto se isso não estamos forçando o racismo para um lugar onde ele não existia.

Esse post teve algumas várias curtidas e alguns comentários aprovadores, então eu estou considerando que ele está certo. É esperado que nós odiemos pessoas com uma cor diferente da nossa, então mesmo em um século em que a igualdade é louvada, as pessoas continuam se surpreendendo quando o racismo não acontece.

"O problema do Brasil é você que não discute sobre política" OPA, me mostra uma discussão sobre política que tenha produzido um resultado útil para o futuro do Brasil que aí a gente pode conversar. Tudo que eu vejo é gente chamando um ao outro de alienado (já disse que odeio essa palavra hoje?) em discussões que duram dias e não levam a lugar nenhum.

O problema do Brasil é você que acha que o país tem que ser do jeito que VOCÊ quer, sem levar em consideração os outros 199.999.999 habitantes.
Por mais que eu não quisesse trazer esse post a tona outra vez, aqui estou eu, fazendo-o. A reação a esse post não foi nada surpreendente: as pessoas começaram a falar sobre como discutir política é importante para o futuro e como eles são mais inteligentes do que eu por serem anti-alienação e etc. Deixa eu me explicar (porque eu sempre tenho que fazer isso?): não é que eu odeie política, eu odeio a forma como as pessoas lidam com política. Eu apoio conversas sobre o assunto: debates onde duas pessoas expõem sua opinião sobre o assunto e muito de útil é tirado da conversa. Mas discussões não. Discussões só fazem sentido quando envolvem pelo menos uma pessoa razoável o suficiente para admitir que a outra pessoa tem pelo menos uma parte da razão. E política (assim como amor e religião) é um dos assuntos nos quais ninguém quer abrir mão de coisa nenhuma.
Eu detesto em especial a forma como amigos, colegas e até gente da mesma família (inclusive da minha própria) passa O TEMPO TODO ridicularizando-se uns aos outros, chamando quem eles deveriam considerar grandemente burros, idiotas, ignorantes porque aparentemente depreciar o outro é a melhor forma prova que sua opinião está certa. Ainda por cima eu ouvi que tudo que essas criaturas querem é levar os outros a um consenso que traga o melhor ao Brasil. Se você acha que todo mundo é burro, desinformado, idiota você não acha que o único consenso ao qual essas pessoas conseguiriam chegar seria burro, desinformado, idiota? Se não existe o mínimo de consideração pela outra pessoa, ninguém vai chegar a lugar melhor nenhum.

Essa é a parte em que você pergunta: "A que conclusão você chega com isso?" ou "Qual a lição de moral desse post?" e a resposta é: nenhuma (Porque vocês acham que eu tirem 420 na redação do ENEM? Zerei a competência que pedia uma solução para o problema). Eu só queria demonstrar para vocês que as pessoas foram programadas para se odiarem e esse é um dos muitos motivos pelos quais eu prefiro livros.

G.

90% desse post foram parênteses com assuntos aleatórios.
5% realmente falando sobre pessoas.
e 5% coisas sem sentido.
Se você leu até o final, merece um: