Três dias depois do dia nacional do escritor, aqui estou eu com o post que deveria ser o post do dia do escritor em primeiro lugar. Minha ideia original era fazer um especial sobre o Sheridan Le Fanu, meu escritor favorito (que completa 200 anos daqui a um mês - mas ele não ta vivo não, relaxem) o que incluiria entrevistas com historiadores especializados nele e com diretores que adaptaram os livros dele para filme (sim, eu tenho contatos suficientes para isso: as vantagens de ser fã de um escritor pouco conhecido), mas aí eu pensei "Giulia, ninguém se importa!" e resolvi que era melhor fazer um post sobre vários escritores, incluindo alguns que gente normal gosta também.
Por isso eu peguei o top 5 dos meus escritores preferidos, com base nos escritores "marcados como favoritos no Skoob" e fiz uma listinha com biografia, informações e que eu mais gosto sobre eles, não só na literatura como na vida que eles tiveram, o que envolve muita coisa. A ordem dos autores não significa necessariamente que eu gosto mais deles e nem que eu não goste de mais nada no gênero deles. 

Sherdian Le Fanu
Joseph Thomas Sheridan Le Fanu (a.k.a J. S. Le Fanu, Sheridan Le Fanu ou simplesmente, Le Fanu) nasceu em Dublin, Irlanda em 28 de agosto de 1814, em uma família de literatos. Estudou direito na Trinity College em Dublin, era um dos alunos mais brilhantes da turma e de forma incomum, pode estudar em casa e fazer provas na faculdade. Em 1838 ele começou a contribuir com as histórias para a Dublin University Magazine. Em 1839 ele foi convidado a se juntar à ordem de advogados irlandesa, mas recusou e logo abandonou o direito pelo jornalismo. Em 1840 se tornou dono de diversos jornais irlandeses.
Le Fanu se casou em 1844 com Susanna Bennett, com quem teve quatro filhos: Eleanor, Emma, Thomas e George. Susanna começou a sofrer de problemas psicológicos ao meio da década de 1850, e começou a buscar apoio na religiosidade. Na época, Le Fanu trabalhava excessivamente e não visitava a igreja tanto quanto gostaria.  Susanna morreu após um ataque de histeria em abril de 1858. A tristeza e a culpa em perder a esposa levou Le Fanu a abandonar a literatura até a morte de sua mãe em 1861. Seus últimos anos foram passados em melancolia e trabalho até a sua morte em 1873.
Le Fanu escreveu diversos gêneros, mas se tornou mais conhecido pela literatura de terror, que lhe rendeu o título de "pai do gótico" mesmo não sendo o primeiro autor do gênero.
O cara era basicamente um gênio e um apaixonado por literatura. Ele pode não ser o mais popular do gênero, mas foi quem influenciou todos os populares. Em Carmilla, livro mais conhecido dele e meu livro preferido, ele lançou algo totalmente inovador para a literatura da época: uma vilã feminina. E eu acho que Carmilla é o que eu mais gosto sobre ele. É um livro do tipo que nunca havia sido visto antes do Le Fanu e que nunca voltou a ser visto depois dele.

Anne Rice
Howard Allen O'Brien (a.k.a Anne Rice) escolheu Anne como primeiro nome ao entrar na escola. Ela nasceu em 4 de outubro de 1941 em Nova Orleans, Louisiana, Estados Unidos, mas aos dezessete anos se mudou para o Texas onde conheceu seu futuro marido, o pintor e poeta, Stan Rice.
Anne começou a escrever histórias de vampiros após perder sua filha Michelle que morreu de leucemia em 1972. Entrevista com o vampiro, foi escrito em apenas uma semana e homenageou sua filha através da personagem Claudia. Nos 42 anos depois disso, Anne já escapou do seu ponto de conforto literário algumas vezes, mas sempre acaba voltando pro goticismo, gênero em que se consagrou.
O que eu mais gosto sobre a Anne Rice pode ser resumido só na lista de gêneros que ela escreve: literatura gótica, erotismo, literatura cristã, fantasia, terror. Além de englobar meus gêneros preferidos, Anne ainda se envolveu com gêneros não esperados para ela. Ela escreve de acordo com o que vive, com o que sente no momento. Sem falar que ela é a Rainha do Gótico e rainha é rainha né?

Agatha Christie
"Eu posso passar três semanas a nove meses pensando em uma trama - o tempo real de escrita e digitação é de cerca de três meses. Eu costumo passar quatro meses de cada ano com o meu marido em expedições arqueológicas. Eu não tenho nada a ver com qualquer trabalho no cinema, pois o trabalho depende de quando e onde peças são produzidas. Um novo jogo da mina apareceu em novembro passado - Testemunha de Acusação - e acabo de terminar outro jogo em que Margaret Lockwood vai aparecer, e que provavelmente será produzida no verão ou no outono. Eu fiz enfermagem na guerra 1914-18, mas nunca se tornou um enfermeiro qualificado ou tomou-se profissionalmente. Quando eu era jovem e mal fora eu fiz a maioria da minha decoração de interiores e produziu alguns efeitos muito bons, eu acho. Eu ainda estou muito interessado em decoração de interiores e nada a ver com as casas. Estou apaixonada por cozinhar, e pode fazer um excelente omelete e um bom número de outras coisas também. Eu costumava tocar bastante piano e esperava, quando era jovem, ser uma profissional, mas tinha muito medo. Bach é um dos meus compositores favoritos, também Elgar, Sibelius e Vaughan Williams, mas eu toquei principalmente Chopin e Beethoven. Gosto de colecionar móveis papier maché e tenho um enorme prazer em fazer arranjos de flores, e eu concordo com os chineses que os anos entre 60 e 70 são alguns dos melhores da vida de alguém."
Agatha Christie, maio de 1954

Esse foi o texto escrito sobre si mesma pela própria Agatha, e foi adaptado por mim do site oficial dela. Agatha começou a escrever quando o irmão (cunhado? algo do tipo) dela sugeriu que ela escrevesse uma história de mistério onde não se descobrisse quem era o assassino até a última página, e assim surgiram os melhores, mais vendidos e mais traduzidos romances policiais da face da terra. A mente da Agatha era tão engenhosa, que até seu estilo de escrita era apaixonante.
Eu realmente preciso dizer o que mais amo sobre essa mulher? Fala sério. Os livros considerados os melhores dela são "Assassinato no Expresso do Oriente", "E não sobrou nenhum..." (antigo O caso dos 10 negrinhos que aparentemente mudou de nome ou assumiu o subtítulo porque o título original em inglês tinha uma palavra que hoje em dia é palavrão, a famosa "N word") e "Convite para um homicídio". Eu li os três e vários outros (mas nem 30% de tudo que ela escreveu) e o meu preferido é Expresso do Oriente.

Philippa Gregory
Philippa Gregory nasceu em 9 de janeiro de 1954 em Nairobi, no Quénia. Segunda filha de Elaine e Arthur Gregory, quando ela tinha dois anos de idade, sua família mudou-se para Bristol, Inglaterra.
Ela era uma "rebelde" na Escola de Meninas de Colston onde obteve uma nota B em Inglês e duas notas E em História e Geografia nas aulas avançadas. Em seguida, ela foi para a faculdade de jornalismo em Cardiff e passou um ano como aprendiz com o Portsmouth News antes que ela conseguiu ganhar um lugar em um curso de literatura inglesa grau na Universidade de Sussex, onde ela mudou para um curso de história. Ela trabalhou na rádio BBC, durante dois anos antes de participar da Universidade de Edimburgo, onde obteve seu doutorado em literatura do século 18. Gregory ensinou na Universidade de Durham, na Universidade de Teesside, e na Universidade Aberta, e foi feito um Fellow (companheiro, amigo, algo assim, uma espécie de título de honra ou homenagem) da Universidade de Kingston, em 1994.
A Philippa é um acréscimo recente à minha lista de escritores preferidos. Ela está nela desde que eu comecei a me viciar em famílias reais e em romances históricos o que aconteceu gradativamente entre o ano passado e esse ano. Eu vi a adaptação para o cinema d'A Irmã de Ana Bolena (no Brasil o título do filme é A Outra, o título original é o mesmo do livro The Other Boleyn Girl) antes de sequer saber quem era Philippa, mas quando eu vi The White Queen, minissérie da BBC, baseado na série d'A Guerra dos Primos, eu já estava por dentro dos livros dela - mas esse não foi o motivo para eu ver a minissérie, foi outra coisa, uma looooonga história - e desejando muito um deles.
Por muito tempo eu desejei qualquer livro dela, mas todos são caros demais (e olha que nem foi a Rocco que publicou, ZOERA ROCCO, AMO VOCÊS).. Até que meu primo me levou à livraria e pediu para que eu escolhesse um livro e eu escolhi A Rainha Vermelha, o segundo - sim, antes do primeiro, mas não faz tanta diferença porque a história é basicamente a mesma de pontos de vista diferentes. O terceiro livro ainda volta no tempo, e o quarto conta a mesma história outra vez, e o quinto começa ao final do primeiro. É confuso. - Depois eu pedi A Rainha Branca de presente e ao fim comprei A Senhora das Águas que estava em promoção de lançamento na Saraiva. Os outros livros d'A Guerra dos Primos (que conta a história da guerra entre duas casas reais que levou ao fim da dinastia Plantageneta no trono da Inglaterra) ainda estão por vir, mas eu creio que os da série Os Tudors já chegaram todos a esse país (btw, aceito doações).
O que eu mais gosto sobre a Philippa? (Tia Phil pros íntimos. Eu sei que vocês sacaram o trocadilho) Acho que é o fato de ela ser apaixonada por basicamente a mesma coisa que eu: história e literatura. No site dela, comentam que ela ficou viciada em atualizar páginas de história na internet. Eu to numa fase que eu descubro sobre alguma coisa e vou correndo ver se tá tudo certinho na Wikipédia (Lembram quando o Rei Felipe VI da Espanha foi coroado? É sempre daquele jeito pra mim.). A Philippa também tem muito do que eu quero ser: ela escreve sobre o que ama e se dá muito bem nisso. E ela é uma historiadora feminina, se preocupa em descobrir o papel que as mulheres tiveram em questões que mudaram a história da Inglaterra: um prato cheio pra qualquer mulher, feminista ou não.

Alyson Nöel
Alyson Noël nasceu no dia 3 de dezembro de 1965 em Laguna Beach, Califórnia. Ela é a caçula de três meninas nascidas de pais divorciados.
Ela morou em Mykonos, na Grécia depois de terminar a escola. Mais tarde, ela se mudou para Manhattan, Nova York, onde ela trabalhava como comissária de bordo para Delta Air Lines. Ela agora vive na cidade onde nasceu.
Alyson trabalhou em várias áreas. Foi babá, balconista de lojas de departamento de vendas, assistente administrativo, gerente de escritório, fabricante de jóias, pintora de T-shirts, e recepcionista de hotel, além de comissário de bordo e agora trabalha apenas como autora.
Seu primeiro livro foi um romance do gênero young adult, publicado no Brasil sob o título de Fingindo ter 19 anos, que explora os estilos de vida dos adolescentes de hoje. Além de ter publicados diversos outros romances únicos, Alyson já lançou três séries de livros Os Imortais, o spin-off Riley Bloom e The Soul Seekers. Alyson também participou de três antologias Beijos Infernais, Tattooed Love BoysSilent All These Years. Somando todas essas obras, Alyson foi publicada no Brasil pelas editoras: Intrínseca (Os Imortais e Série Riley Bloom), Leya (The Soul Seekers), Galera Record (Beijos Infernais) e Novo Século (Fingindo ter 19 anos, Em busca de Zoe e Verão Cruel - com a promessa de que os outros YA dela estão para vir também.).
Juntando todos os meus maravilhosos escritores favoritos a Alyson meio que destoa. Os mais preconceituosos (no sentido de resolver um pré-conceito pelos primeiros itens) achariam que eu era cult até chegar nela. Os fãs de YA e Fantasy ao olhar a Alyson aqui pensariam "Ah tá, ela tem 16 anos. Ufa." (Calma gente, eu gosto da Rainbow Rowell do John Green e da Carolina Munhóz também. Eu tenho meus momentos "adolescente normal"). O fato é que depois que eu li Faking 19, depois de ter lido todos os livros de Os Imortais, eu acabei adotando a Alyson como minha escritora contemporânea internacional preferida e transformando em necessidade ter todos os livros dela conforme forem publicados no Brasil. Não da pra NÃO amar gente. Não depois de ler os romances únicos e os livros de Soul Seekers. Ambos tem personagens tão cativantes que você acaba se apaixonando. Até minha mãe amava Saving Zoe a história da garota redescobrindo a irmã que perdeu através de um diário. Basicamente a Alyson é o tipo de autora que você não pode julgar na primeira impressão, tem que começar a gostar naturalmente... Até ser tarde demais.

Extras:

Autor do meu livro preferido: Sheridan Le Fanu (Carmilla)
Autor da minha duologia preferida: Megan Cabbot (A garota americana)
Autor da minha trilogia preferida: Lisa McMann (Dreamcatcher - No Brasil, Wake)
Autor da minha saga preferida: Alyson Nöel (The Soul Seekers)
Autor do meu livro nacional preferido: Vitor Giudice (O sétimo punhal)
Autor clássico nacional  preferido: Vitor Giudice (tá que ele morreu em 97, mas foi antes de eu nascer então é clássico)
Autor clássico internacional preferido: Sheridan Le Fanu
Autor contemporâneo nacional preferido: Carolina Munhóz
Autor contemporâneo internacional preferido: Alyson Noel

G.