Ok, então, como vocês são legais, eu fui salva de ter que continuar aquele post sobre Carmilla (eu juro que vou achar a inspiração que eu perdi em algum momento) pelo menos por agora, já que o assunto mais votado para post da semana foi: o que eu já aprendi na faculdade durante esse primeiro mês, ou para ser mais exata, durante essas 6 semanas (sim, eu estou contando). Esse post será muito pessoal, sincero (mas qual post meu não é essas duas coisas?) e menos animado que o post sobre minha primeira semana de aula, porque vocês sabem que chega aquele momento em que a magia de conseguir algo que você queria tanto acaba e você é confrontado com a realidade de estar na faculdade (e bem que eu queria que isso só começasse no segundo semestre).
Uma das coisas mais importantes que eu aprendi nesse primeiro mês, é que aquela história de que "quando você entra na faculdade você precisa esquecer tudo que aprendeu no ensino médio" é muito mais real do que você sequer imagina enquanto está no ensino médio. Uma das primeiras coisas que eu ouvi no primeiro ano do E.M. é que eu deveria esquecer tudo que eu aprendi no ensino fundamental - e meu professor de história ainda fez o favor de avisar que quando entrássemos na faculdade os professores diriam a mesma coisa sobre o ensino médio. E tipo, eu passei os 3 anos seguintes com isso na cabeça, sabendo que ia acontecer. Só que a coisa toda é muito mais tensa do que você imagina. Exemplo: eu passei os 3 anos de Ensino Médio aprendendo que redações são montadas com introdução, desenvolvimento e conclusão. Como eu tenho uma dificuldade tremenda em organizar meus pensamentos em uma ordem lógica e concisa eu literalmente levei os 3 anos aprendendo isso (e nem posso dizer que aprendi mesmo, eu só tirei 640 na redação do Enem). Minhas professoras de Redação Jornalistica e Comunicação e Filosofia mandaram a gente esquecer isso completamente. Não é assim que redações jornalisticas são montadas e muito menos como você argumentará na vida real. E isso é só um exemplo, existem vários outros dentro do meu curso e eu tenho certeza de que cada curso diferente possui momentos assim (e seria ótimo se vocês compartilhassem os momentos de vocês comigo). Agora eu pergunto: POOOOOOOOOOOOOOORQUEEEEEEEEEEEEEEEEEE? Como eu vou me livrar da sensação de que os últimos 3 anos da minha vida acadêmica foram jogados fora? Quer dizer, eu já sabia que não iria usar distribuição eletrônica na vida real, mas até regras básicas de redação?????? Muito obrigada por nada, Ensino Médio. De coração.
Existem também os materiais escritos. Eu sempre soube que na faculdade eu teria que lidar com muitos textos e xerox saindo pelas ventas, mas eu não fazia a mínima ideia de que não ia ter saco para lê-los. Eu via todo mundo falando "não, mas na faculdade você lê muito" e pensava "eu sempre li muito, não acho que isso será um problema" e "prefiro ler muito a ter que decorar formas de física". HA. HAHA. HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA. Eu não poderia estar mais enganada. Nessas seis semanas de aula eu devo ter lido no máximo umas duas apostilas (e só redação já teve umas 6) e só porque se eu não lesse eu estaria muito ferrada e ainda assim só li nos 49min30s do segundo tempo. Sério. Não sei o que acontece, mas meu cérebro simplesmente entra em pane no que diz respeito a ler apostilas. A questão é que - sendo bem sincera - eu nunca fui uma pessoa de estudar em casa. Se eu não aprendesse na escola, eu não aprenderia. As poucas vezes que eu estudei em casa foi quando eu estava em muito desespero e só em matérias que eu tinha muita dificuldade. Estudar história em casa? Puf. Filosofia? Pelo amor de Deus. Uma coisa que me salva, em partes, é que grande parte dos meus professores tem aulas fáceis de entender e provas em que tudo que você precisa fazer é pensar para desenvolver o raciocínio. O problema é só outra coisa que eu aprendi, que será exposta no próximo parágrafo.
Concentração é Giuliamente impossível. Eu já deveria saber disso desde o ensino médio, mas eu sou meio tapada e achei que as coisas podiam melhorar com física e química fora da equação. Mas nããããããããão. Em plena aula de história, minha professora está lá na frente falando sobre a formação de Salvador e eu na minha cadeira filosofando sobre a existência de arco-íris na superfície solar. Literalmente qualquer coisa pode me fazer me distrair. Um risco na cadeira, a forma diferente que o sol bate na janela, a cor do tênis de alguém. Isso tudo gera conversas mentais que podem perfeitamente ir das 7h30 à 12h40 direto. Sabem quais são os dias em que eu sei que não prestarei atenção em nenhum pedaço da aula? Quando alguém aparece com uma blusa de estampa de elefante (eu juro que pelo menos 3 pessoas na minha turma tem blusas com estampas de elefantes e nós já chegamos àquele parte do semestre em que todo mundo começa a repetir roupa, porque nós somos universitários, pobres e não somos obrigados). Eu posso estar superpronta para assisti a aula, focada e tudo o mais, se entra alguém com elefantes na estampa da blusa, eu sei que passarei o resto do dia pensando na Mandy Lee. Dane-se o que Dukheim disse, você já viu o cabelo daquela mulher? Não é culpa minha, é a forma como meu cérebro funciona. Especialmente considerando o fato de que eu acordei às 5h30 da manhã e estou a base de nada além de uma caneca de café. (Durante o processo de revisão eu me dei conta de que essa parte sobre as blusas com estampa de elefantes é totalmente irrelevante para o desenvolvimento do post. Em seguida me dei conta de que eu não estou nem aí).
Outro fato sobre mim que é problema na minha vida acadêmica: a procrastinação (tema do último post). Meu professor de metodologia científica (que, aliás, reapareceu! Eu provavelmente já deveria ter atualizado meu blog da matéria, porém ainda não o fim porque razões) diz que a pior coisa que um universitário pode fazer é procrastinar. O que ele quer? Que eu desista da faculdade? Deixa eu contar uma coisinha para vocês: na semana que vem, eu tenho dois seminários (filosofia e história - dias 6 e 7) e uma prova (sociologia - dia 10 - e como vocês podem notar pela referência a Dukheim ali em cima, sociologia não é exatamente uma das aulas em que eu sou mais focada). Eu sou a única pessoa da turma inteira que ficou nos grupos "1" dos seminários de filosofia e de história e por isso tenho apresentação na segunda e na terça. Eu também sou a responsável por organizar os slides dos dois trabalhos e preciso estudar minhas partes para não fazer merda. Também preciso atualizar meu blog de metodologia e ler algumas entrevistas para a aula de redação e deixar um comentário crítico e dedicado no grupo da matéria. E o que eu estou fazendo nesse exato minuto? Exatamente! NENHUMA DESSAS COISAS. Essa coisa de "não poder procrastinar" não funciona comigo. Eu tento muito me focar no que preciso fazer, mas eu só consigo fazer de verdade nas últimas horas antes da entrega. Quer dizer, até que os seminário estão bem adiantados, mas poderiam estar tão mais se o YouTube não existisse. É triste.
1) Eu não consigo me concentrar em nada ou ter raiva de nada o suficiente para passar 36 horas falando sobre essa coisa. É verdade que de vez em quando eu posto alguma coisa polêmica e deixo um monte de gente que não se conhece brigar nos comentários, mas eu mesma depois de um tempo só curto os comentários porque minha vontade de falar desse assunto polêmico em questão já passou.
2) 99,99999% das pessoas que participam desses debates já tem uma opinião formada sobre o que acreditam e esse debate em si só levará um dos participantes a odiar ao outro. Eu acredito que debates envolvem manter sua mente aberta para o que o outro está falando e, se não aceitar a crença do outro, ao menos entender porque aquela pessoa acredita no que acredita. Mas é claro que ninguém concorda comigo. Um debate hoje em dia envolve uma pessoa ou um grupo de pessoas contra outra pessoa ou outro grupo de pessoas, ambas acreditando que seu opositor não sabe de nada e deveria morrer. Em todo "debate" acaba chegando um momento em que um só fica desdenhando do outro e chamando de burro, alienado e etc. E eu me recuso a impor as minhas crenças a outras pessoas, eu me recuso a desdenhar da inteligência de outra pessoa, eu me recuso a ser orgulhosa demais para perceber que a opinião da outra pessoa faz mais sentido e eu me recuso a transformar um debate ideológico entre duas pessoas bem informadas em uma briga de bêbados. É por isso que eu não participo de debates: porque se eu for eu mesma e colocar o que eu acredito em prática, o outro participante do debate me achará uma idiota. (E nem venham dizer que isso é desculpa, ok? Eu realmente fujo de confrontos e admito que não gosto deles. Me desculpem se eu prefiro ser a fangirl irritante que todo mundo tolera - porque gostar fica meio complicado - ao invés do supergênio conhecedor de todas as soluções para os problemas da sociedade atual que ninguém suporta).
O que me levou mais perto de desistir do curso foi justamente debates assim. Eu até criei uma lista de cursos que eu faria se desistisse de Humanas. Em uma aula, em plena segunda de manhã, minha professora começou um debate sobre preconceitos. O que seria totalmente lógico e interessante se ela mesma não fosse tão cheia deles. A agressividade dela era tão patente e parecia que todo mundo concordava com tudo que ela estava dizendo (depois eu percebi que não, todo mundo acha ela uma péssima professora e uma pessoa pior ainda, mas muita gente não tem coragem de se impor a opinião dela por ela ser uma professora). Foi exaustivo. Uma aula completamente exaustiva. E eu não culpo ela, porque eu sei que deveria ter me envolvido no debate e falado sobre o que acredito, mas eu não tenho forças porque sei que tudo que ela faria era dar uma risadinha e continuar com as opiniões dela.
Mas eu não vou desistir do curso. Primeiro, porque deu trabalho demais para entrar. Segundo, porque acreditem, eu já tentei conseguir um emprego e não consegui por causa da burocracia que envolve o fato de eu ser menor de idade. E terceiro, porque eu sou de Humanas mesmo. E eu sei disso porque eu estudo com muita gente que pensa muito como eu. Tá aí algo que não mudou, eu ainda admiro pra caramba as pessoas com quem eu estudo.
G.
Uma das coisas mais importantes que eu aprendi nesse primeiro mês, é que aquela história de que "quando você entra na faculdade você precisa esquecer tudo que aprendeu no ensino médio" é muito mais real do que você sequer imagina enquanto está no ensino médio. Uma das primeiras coisas que eu ouvi no primeiro ano do E.M. é que eu deveria esquecer tudo que eu aprendi no ensino fundamental - e meu professor de história ainda fez o favor de avisar que quando entrássemos na faculdade os professores diriam a mesma coisa sobre o ensino médio. E tipo, eu passei os 3 anos seguintes com isso na cabeça, sabendo que ia acontecer. Só que a coisa toda é muito mais tensa do que você imagina. Exemplo: eu passei os 3 anos de Ensino Médio aprendendo que redações são montadas com introdução, desenvolvimento e conclusão. Como eu tenho uma dificuldade tremenda em organizar meus pensamentos em uma ordem lógica e concisa eu literalmente levei os 3 anos aprendendo isso (e nem posso dizer que aprendi mesmo, eu só tirei 640 na redação do Enem). Minhas professoras de Redação Jornalistica e Comunicação e Filosofia mandaram a gente esquecer isso completamente. Não é assim que redações jornalisticas são montadas e muito menos como você argumentará na vida real. E isso é só um exemplo, existem vários outros dentro do meu curso e eu tenho certeza de que cada curso diferente possui momentos assim (e seria ótimo se vocês compartilhassem os momentos de vocês comigo). Agora eu pergunto: POOOOOOOOOOOOOOORQUEEEEEEEEEEEEEEEEEE? Como eu vou me livrar da sensação de que os últimos 3 anos da minha vida acadêmica foram jogados fora? Quer dizer, eu já sabia que não iria usar distribuição eletrônica na vida real, mas até regras básicas de redação?????? Muito obrigada por nada, Ensino Médio. De coração.
Eu sou parte de um grupo de mais ou menos 3 calouros da faculdade inteira que não foram para nenhuma festa esse ano. |
Concentração é Giuliamente impossível. Eu já deveria saber disso desde o ensino médio, mas eu sou meio tapada e achei que as coisas podiam melhorar com física e química fora da equação. Mas nããããããããão. Em plena aula de história, minha professora está lá na frente falando sobre a formação de Salvador e eu na minha cadeira filosofando sobre a existência de arco-íris na superfície solar. Literalmente qualquer coisa pode me fazer me distrair. Um risco na cadeira, a forma diferente que o sol bate na janela, a cor do tênis de alguém. Isso tudo gera conversas mentais que podem perfeitamente ir das 7h30 à 12h40 direto. Sabem quais são os dias em que eu sei que não prestarei atenção em nenhum pedaço da aula? Quando alguém aparece com uma blusa de estampa de elefante (eu juro que pelo menos 3 pessoas na minha turma tem blusas com estampas de elefantes e nós já chegamos àquele parte do semestre em que todo mundo começa a repetir roupa, porque nós somos universitários, pobres e não somos obrigados). Eu posso estar superpronta para assisti a aula, focada e tudo o mais, se entra alguém com elefantes na estampa da blusa, eu sei que passarei o resto do dia pensando na Mandy Lee. Dane-se o que Dukheim disse, você já viu o cabelo daquela mulher? Não é culpa minha, é a forma como meu cérebro funciona. Especialmente considerando o fato de que eu acordei às 5h30 da manhã e estou a base de nada além de uma caneca de café. (Durante o processo de revisão eu me dei conta de que essa parte sobre as blusas com estampa de elefantes é totalmente irrelevante para o desenvolvimento do post. Em seguida me dei conta de que eu não estou nem aí).
Outro fato sobre mim que é problema na minha vida acadêmica: a procrastinação (tema do último post). Meu professor de metodologia científica (que, aliás, reapareceu! Eu provavelmente já deveria ter atualizado meu blog da matéria, porém ainda não o fim porque razões) diz que a pior coisa que um universitário pode fazer é procrastinar. O que ele quer? Que eu desista da faculdade? Deixa eu contar uma coisinha para vocês: na semana que vem, eu tenho dois seminários (filosofia e história - dias 6 e 7) e uma prova (sociologia - dia 10 - e como vocês podem notar pela referência a Dukheim ali em cima, sociologia não é exatamente uma das aulas em que eu sou mais focada). Eu sou a única pessoa da turma inteira que ficou nos grupos "1" dos seminários de filosofia e de história e por isso tenho apresentação na segunda e na terça. Eu também sou a responsável por organizar os slides dos dois trabalhos e preciso estudar minhas partes para não fazer merda. Também preciso atualizar meu blog de metodologia e ler algumas entrevistas para a aula de redação e deixar um comentário crítico e dedicado no grupo da matéria. E o que eu estou fazendo nesse exato minuto? Exatamente! NENHUMA DESSAS COISAS. Essa coisa de "não poder procrastinar" não funciona comigo. Eu tento muito me focar no que preciso fazer, mas eu só consigo fazer de verdade nas últimas horas antes da entrega. Quer dizer, até que os seminário estão bem adiantados, mas poderiam estar tão mais se o YouTube não existisse. É triste.
1) Eu não consigo me concentrar em nada ou ter raiva de nada o suficiente para passar 36 horas falando sobre essa coisa. É verdade que de vez em quando eu posto alguma coisa polêmica e deixo um monte de gente que não se conhece brigar nos comentários, mas eu mesma depois de um tempo só curto os comentários porque minha vontade de falar desse assunto polêmico em questão já passou.
2) 99,99999% das pessoas que participam desses debates já tem uma opinião formada sobre o que acreditam e esse debate em si só levará um dos participantes a odiar ao outro. Eu acredito que debates envolvem manter sua mente aberta para o que o outro está falando e, se não aceitar a crença do outro, ao menos entender porque aquela pessoa acredita no que acredita. Mas é claro que ninguém concorda comigo. Um debate hoje em dia envolve uma pessoa ou um grupo de pessoas contra outra pessoa ou outro grupo de pessoas, ambas acreditando que seu opositor não sabe de nada e deveria morrer. Em todo "debate" acaba chegando um momento em que um só fica desdenhando do outro e chamando de burro, alienado e etc. E eu me recuso a impor as minhas crenças a outras pessoas, eu me recuso a desdenhar da inteligência de outra pessoa, eu me recuso a ser orgulhosa demais para perceber que a opinião da outra pessoa faz mais sentido e eu me recuso a transformar um debate ideológico entre duas pessoas bem informadas em uma briga de bêbados. É por isso que eu não participo de debates: porque se eu for eu mesma e colocar o que eu acredito em prática, o outro participante do debate me achará uma idiota. (E nem venham dizer que isso é desculpa, ok? Eu realmente fujo de confrontos e admito que não gosto deles. Me desculpem se eu prefiro ser a fangirl irritante que todo mundo tolera - porque gostar fica meio complicado - ao invés do supergênio conhecedor de todas as soluções para os problemas da sociedade atual que ninguém suporta).
O que me levou mais perto de desistir do curso foi justamente debates assim. Eu até criei uma lista de cursos que eu faria se desistisse de Humanas. Em uma aula, em plena segunda de manhã, minha professora começou um debate sobre preconceitos. O que seria totalmente lógico e interessante se ela mesma não fosse tão cheia deles. A agressividade dela era tão patente e parecia que todo mundo concordava com tudo que ela estava dizendo (depois eu percebi que não, todo mundo acha ela uma péssima professora e uma pessoa pior ainda, mas muita gente não tem coragem de se impor a opinião dela por ela ser uma professora). Foi exaustivo. Uma aula completamente exaustiva. E eu não culpo ela, porque eu sei que deveria ter me envolvido no debate e falado sobre o que acredito, mas eu não tenho forças porque sei que tudo que ela faria era dar uma risadinha e continuar com as opiniões dela.
Mas eu não vou desistir do curso. Primeiro, porque deu trabalho demais para entrar. Segundo, porque acreditem, eu já tentei conseguir um emprego e não consegui por causa da burocracia que envolve o fato de eu ser menor de idade. E terceiro, porque eu sou de Humanas mesmo. E eu sei disso porque eu estudo com muita gente que pensa muito como eu. Tá aí algo que não mudou, eu ainda admiro pra caramba as pessoas com quem eu estudo.
G.
2 Comentários
Oi Giulia... Aqui é a Lívya, estou no anônimo porque estou pelo tablet. Tá, eu sei que eu prometi pegar no seu pé, mas esse post realmente tocou numa ferida minha. E eu fiquei com um pé atrás para comentar, pois eu sabia que se eu o fizesse, seria: a) um comentário falso e vazio ou b) eu iria abrir meu coração. Por isso demorei tanto para comentar.
ResponderExcluirBem, escolhi a opção b). Vamos lá...
Eu estou no 2° ano do ensino médio, estudo numa escola estadual há 5 anos. Desde o primeiro ano que entrei nessa escola, tenho alguns problemas (principalmente com amizades) (mas não que isso seja literalmente ligado ao fato de ser uma escola estadual, são só detalhes), mas se eu observar bem, tenho problemas desde sempre -quem nunca teve?-.
Mas a coisa é que eu passei a odiar essa escola depois de muitas coisas que aconteceram, mas na verdade, às vezes, nem eu sei por que eu odeio tanto essa escola. Não é um ódio tipo: ah, odeio estudar.
Enfim, com esse problema de ódio vieram tempos difíceis, matérias em que eu sou péssima e depressão. Eu comecei a "gazear" -é assim que se escrever?- aula, eu chegava na escola, não me sentia bem, então eu apenas pegava a mochila e ia embora de volta para casa. Comecei a me desesperar, tirar notas baixas, minha mãe foi chamada por conta das minhas faltas e eu me sentia a pessoa mais burra do planeta terra. Eu olhava para o quadro, o professor explicava e eu chorava quietinha pensando "por que eu não entendo nada?".
Tentei mudar de escola, mas quase não tem escolas estaduais boas aqui perto e minha mãe não quer uma escola longe.
Eu não me esforço TANTO, pois eu penso que nada -tá, noventa por cento dos assuntos- me interessa e não vou usar nada no futuro. Mas ainda assim tento, fazer o que, né? Tenho que passar no final do ano.
Eu ainda estou com dúvidas de que curso exatamente seguir na faculdade, mas penso muito em odontologia legal. Meu primeiro sonho é fazer uma faculdade (o segundo, clichê, é intercâmbio) e depois do enem de 2014, onde tirei notas boas para uma experiência, comecei a cogitar a possibilidade de fechar o ensino médio. Então, no ano em que eu estaria estudando 3° ano, eu reservaria para apenas estudar coisas específicas (línguas, enem e ciências sem fronteiras). Como teve greve, minhas aulas começaram faz quase 2 meses e eu pensei que eu suportaria bem mais um ano. Porém eu me enganei. Já não suporto mais. E fico pensando que não irei suportar mais o 3° ano.
E eu agora tenho certeza de que quero anular o 3° ano d minha vida.
Mas agora, depois de ler seu post, fiquei com medo de que tudo que estou passando no colégio se repita na faculdade.
Por isso tenho medo, também, de escolher um curso errado, que não seja realmente o que eu vou amar fazer. Eu sei que a vida não é feita só de alegrias.... mas não queria arriscar né.
Bom, desculpa desabafar sobre minha vida aqui. E obrigada se você leu até aqui <3
Oi Lyv,
ExcluirEntão, eu passei muito tempo tentando decidir como responderia este comentário. Eu não sabia se você queria ouvir alguma coisa que ajudasse, ou se só queria desabafar: nos dois casos, obrigada pela confiança.
Eu acho que sei como você se sente, porque meu ódio pela escola em que fiz os dois primeiros anos do Ensino Médio era gigantesco. Ao fim do segundo ano, eu estava exausta, destroçada, não acreditava mais em mim como aluna e também não muito como pessoa. Eu estava plenamente convencida de que não valia a pena passar por tudo aquilo simplesmente para entrar na faculdade. Eu me mudei para uma escola cujo ensino era bem pior porque eu não iria aguentar mais aulas naquele lugar. Depois de estudar dois meses na escola nova, minha vida sofreu uma guinada repentina e eu acabei em uma outra escola, em outro estado, preparatória, mas sem aquele peso, com professores bons e pessoas interessantes, sem a qual eu não estaria onde estou agora.
O que eu quero dizer é para você não perder a fé agora. Não só a fé em Deus, como a fé em você também. Isso não significa que eu estou dizendo "aguente firme, porque valerá a pena" porque eu realmente não sei se vale. Eu sou contra muitas partes do ensino brasileiro. Eu quero dizer para acreditar em si mesma a respeito das escolhas que você precisa tomar agora. Tire um tempo para você, respire fundo e pense "O que exatamente eu posso fazer para me sentir melhor agora?" e faça essa coisa. Mesmo que pareça ruim a longo prazo, faça uma coisa de cada vez. Quanto a escolha da faculdade, é do mesmo jeito: confie em você. Você não precisa decidir nesse exato momento o que quer fazer. Eu estudo, na faculdade, com gente que ainda não decidiu. Mas saiba que o que quer que você escolha, você tem a capacidade de conseguir entrar e conseguir cursar, isso tudo na hora certa. Eu acredito em você. Acredite também.
Nunca peça desculpas por desabafar aqui, desabafar é o que eu mais faço.
Espero que tenha te feito se sentir melhor
Adoro você<3