Podemos fazer isso de postar segundas de manhã uma tradição? Eu não faço a mínima ideia de porque estou me sentindo inspirada de manhã cedo, mas sinto que posso fazer isso funcionar. Eu sei que só faz 2 meses que completei 17 anos, mas o post de hoje é justamente sobre como é ter 17 anos. É tradição do blog que eu fale depois de alguns meses e 2015 tem sido um ano em que cada semana parece ter o significado de um ano inteiro, então, mesmo tendo adiado esse post um pouco, resolvi falar disso logo.
Todo mundo sabe que estereotipicamente falando adolescentes de 17 anos passam praticamente o ano inteiro querendo ter 18 anos (eu digo estereotipicamente falando, porque na realidade, nem todas as minhas amigas querem ser legalmente adultas logo). Você já se sente "adulto" e quer ser tratado como "adulto" e não pode ser tratado como "adulto". É frustrante! E piora muito se você já está na faculdade. Eu odeio o fato de ter que carregar adultos para cima e pra baixo só para assinar papéis, quando no fim eu terei que ficar com todo o trabalho de organizar documentos, ler contratos, toda a parte chata. Odeio também não poder nem trabalhar sem a maior burocracia do universo, só porque eu ainda sou "jovem". Mas pra mim a pior parte mesmo é ouvir o tempo todo dos adultos próximos a mim coisas como "só quando você tiver 18 anos você poderá decidir o que fazer da sua vida", como se magicamente, às 20h do dia 18 de fevereiro de 2016, eu fosse ficar mais sábia, mais madura, como se todos mistérios do universo fossem ser esclarecidos para mim. Quer dizer, para de fingir que você confiará em mim quando eu fizer 18 anos. Nós dois sabemos que você não vai. E foi justamente por isso - porque todo mundo decidiu me tratar como criança até os 18 - que eu decidi que os 17 anos seriam a idade das últimas chances. O último ano em que eu agiria como uma criança e não me sentiria mal por isso. É a hora de ser irresponsável e só me importar com as consequências disso no ano que vem!
Só que essa coisa toda de "o ano das últimas chances" é muito mais complicado na prática porque, na verdade, eu tenho muitas obrigações que me impedem de ser tão sem responsabilidades quanto eu quero. Nem sempre, porém, isso me impede de ser tão criança quanto eu gostaria. Faz algum sentido? Eu quero dizer que eu não posso evitar o fato de que vou ter que ir ao banco hoje pela 5ª vez em menos de um mês, mas eu posso ficar ouvindo Against The Current na maior altura enquanto espero e cantando junto pra irritar todos os presentes na fila. (Vou deixar vocês se recuperarem do choque por eu não ter dito MisterWives). Eu já me peguei pensando "eu estou velha demais para esta merda" tantas vezes. Mas logo em seguida eu penso: Não, eu não estou. Eu só tenho 17 anos. Eu tenho o direito de passar o dia inteiro vendo séries e fangirlando por causa de bandas e escrevendo no meu diário. Porque daqui a alguns anos - bem mais rápido do que eu desejo - eu estarei cheia de responsabilidades de verdade e sentindo falta de uma época incrível onde simplesmente ouvir uma música me fazia bem para caramba. (Na verdade, minha habilidade de me distrair de coisas ruins com facilidade e ter meu dia salvo por coisas simples - menção de ídolo, a música certa começar, um comentário positivo de alguém - é uma característica que eu nunca quero perder). E eu quero aproveitar isso enquanto ainda posso. Porque deixa eu dizer para vocês: eu perdi minha mãe ano passado e ganhei responsabilidades que quase ninguém da minha idade tem, e eu posso dizer que eu quase sinto falta de quando brigar com uma amiga parecia o fim do mundo. Porque agora eu brigo com uma amiga e são grandes as chances de eu até esquecer que briguei porque todas essas outras merdas estão nas minhas costas. (Sim, eu sei que sou uma péssima amiga).
Aviso: O post abaixo pode conter muita amargura direcionada a todos os adultos existentes no universo. Com "adultos" eu me refiro a qualquer um acima dos 21 anos que lida com "problemas reais" e acha que os "problemas de adolescente" são estupidez. Também contém muitas aspas porque eu pretendo fazer toda a minha ironia ser compreendida. Vocês foram avisados.
Todo mundo sabe que estereotipicamente falando adolescentes de 17 anos passam praticamente o ano inteiro querendo ter 18 anos (eu digo estereotipicamente falando, porque na realidade, nem todas as minhas amigas querem ser legalmente adultas logo). Você já se sente "adulto" e quer ser tratado como "adulto" e não pode ser tratado como "adulto". É frustrante! E piora muito se você já está na faculdade. Eu odeio o fato de ter que carregar adultos para cima e pra baixo só para assinar papéis, quando no fim eu terei que ficar com todo o trabalho de organizar documentos, ler contratos, toda a parte chata. Odeio também não poder nem trabalhar sem a maior burocracia do universo, só porque eu ainda sou "jovem". Mas pra mim a pior parte mesmo é ouvir o tempo todo dos adultos próximos a mim coisas como "só quando você tiver 18 anos você poderá decidir o que fazer da sua vida", como se magicamente, às 20h do dia 18 de fevereiro de 2016, eu fosse ficar mais sábia, mais madura, como se todos mistérios do universo fossem ser esclarecidos para mim. Quer dizer, para de fingir que você confiará em mim quando eu fizer 18 anos. Nós dois sabemos que você não vai. E foi justamente por isso - porque todo mundo decidiu me tratar como criança até os 18 - que eu decidi que os 17 anos seriam a idade das últimas chances. O último ano em que eu agiria como uma criança e não me sentiria mal por isso. É a hora de ser irresponsável e só me importar com as consequências disso no ano que vem!
Só que essa coisa toda de "o ano das últimas chances" é muito mais complicado na prática porque, na verdade, eu tenho muitas obrigações que me impedem de ser tão sem responsabilidades quanto eu quero. Nem sempre, porém, isso me impede de ser tão criança quanto eu gostaria. Faz algum sentido? Eu quero dizer que eu não posso evitar o fato de que vou ter que ir ao banco hoje pela 5ª vez em menos de um mês, mas eu posso ficar ouvindo Against The Current na maior altura enquanto espero e cantando junto pra irritar todos os presentes na fila. (Vou deixar vocês se recuperarem do choque por eu não ter dito MisterWives). Eu já me peguei pensando "eu estou velha demais para esta merda" tantas vezes. Mas logo em seguida eu penso: Não, eu não estou. Eu só tenho 17 anos. Eu tenho o direito de passar o dia inteiro vendo séries e fangirlando por causa de bandas e escrevendo no meu diário. Porque daqui a alguns anos - bem mais rápido do que eu desejo - eu estarei cheia de responsabilidades de verdade e sentindo falta de uma época incrível onde simplesmente ouvir uma música me fazia bem para caramba. (Na verdade, minha habilidade de me distrair de coisas ruins com facilidade e ter meu dia salvo por coisas simples - menção de ídolo, a música certa começar, um comentário positivo de alguém - é uma característica que eu nunca quero perder). E eu quero aproveitar isso enquanto ainda posso. Porque deixa eu dizer para vocês: eu perdi minha mãe ano passado e ganhei responsabilidades que quase ninguém da minha idade tem, e eu posso dizer que eu quase sinto falta de quando brigar com uma amiga parecia o fim do mundo. Porque agora eu brigo com uma amiga e são grandes as chances de eu até esquecer que briguei porque todas essas outras merdas estão nas minhas costas. (Sim, eu sei que sou uma péssima amiga).
O fato de eu ter chegado a conclusão de que preciso aproveitar minha idade enquanto ainda há tempo só agora me deixa frustrada. A gente passa a adolescência inteira se sentindo como se todas as decisões que você toma naquele momento fossem definir o resto da sua vida. "Para sempre" é uma sensação tão constante. Você acha que vai se sentir como se sente para sempre. Que suas loucuras, seu humor aquilo tudo será assim sempre. Adolescente é um ser extremamente imediatista e eu não culpo a gente. A sociedade - eu odeio usar esse termo, mas fazer o quê? - deseja que a gente escolha uma profissão aos 17 anos, e para pessoas que ainda estão se descobrindo isso é assustador para caramba. Mas chega um momento em que você percebe que sua adolescência não vai definir o resto da sua vida. Que todos esses anos loucos em que - venhamos e convenhamos - a gente erra mais que acerta, não fazem de você uma pessoa ruim. Porque os primeiros 20 anos de vida são 1/4 da expectativa de vida de um ser humano saudável. Um quarto! Vocês tem noção? Você ainda terá outros 3/4 de vida para fazer outras merdas e se reinventar quantas vezes quiser.
Esse pensamento é o que tem me mantido. Se eu continuar pensando que o lugar onde eu estou no momento durará para sempre, eu vou perder toda a vontade de continuar. Eu já me mudei tantas vezes, já me refiz de tantas formas diferentes. A forma como eu estou me sentindo, o lugar onde eu moro, as obrigações que tenho, as pessoas com as quais eu preciso conviver, nada disso vai durar para sempre. Na verdade, é tudo um caminho, uma rota, uma construção que leva até a vida que eu vou construir um dia. E até mesmo essa vida construída, eu vou poder mudar e reconstruir quantas vezes eu quiser, às vezes com mais dificuldade, às vezes com menos. Então chega de me sentir mal pelos dias em que eu não sinto vontade de fazer nada e pelas noites em que eu prefiro só ouvir música. No quadro maior, elas não significam muita coisa. A única coisa que posso cobrar de mim mesma é que eu faça o melhor com o que tem me sido dado.
G.
P.S.: Esqueci completamente de dizer no último post que eu agora faço parte da equipe do MisterWives Brasil. O site é pequeno, no momento está em manutenção e eu ainda não fiz muita coisa porque meu tempo basicamente é inexistente (porque dias de 30 horas ainda não foram inventados?), maaas vocês podem encontrar informações sobre minha banda preferida curtindo a página do Facebook. E vocês deveriam curtir mesmo.
P.S. 2: Estou esperando notícias da faculdade essa semana e isso pode significar tanto que eu aparecerei aqui novamente no fim da semana, quanto que eu sumirei completamente até da página do Facebook até o dia 12. Vocês saberão o que eu quero dizer no futuro.
Esse pensamento é o que tem me mantido. Se eu continuar pensando que o lugar onde eu estou no momento durará para sempre, eu vou perder toda a vontade de continuar. Eu já me mudei tantas vezes, já me refiz de tantas formas diferentes. A forma como eu estou me sentindo, o lugar onde eu moro, as obrigações que tenho, as pessoas com as quais eu preciso conviver, nada disso vai durar para sempre. Na verdade, é tudo um caminho, uma rota, uma construção que leva até a vida que eu vou construir um dia. E até mesmo essa vida construída, eu vou poder mudar e reconstruir quantas vezes eu quiser, às vezes com mais dificuldade, às vezes com menos. Então chega de me sentir mal pelos dias em que eu não sinto vontade de fazer nada e pelas noites em que eu prefiro só ouvir música. No quadro maior, elas não significam muita coisa. A única coisa que posso cobrar de mim mesma é que eu faça o melhor com o que tem me sido dado.
G.
P.S.: Esqueci completamente de dizer no último post que eu agora faço parte da equipe do MisterWives Brasil. O site é pequeno, no momento está em manutenção e eu ainda não fiz muita coisa porque meu tempo basicamente é inexistente (porque dias de 30 horas ainda não foram inventados?), maaas vocês podem encontrar informações sobre minha banda preferida curtindo a página do Facebook. E vocês deveriam curtir mesmo.
P.S. 2: Estou esperando notícias da faculdade essa semana e isso pode significar tanto que eu aparecerei aqui novamente no fim da semana, quanto que eu sumirei completamente até da página do Facebook até o dia 12. Vocês saberão o que eu quero dizer no futuro.
4 Comentários
oi g!
ResponderExcluircara, isso é quase exatamente tudo o que eu estou sentindo - só que eu já sou uma "adulta" de 19 anos. acho que eu fiquei a minha vida toda desejando ser gente grande e ter responsabilidades que eu esqueci das besteiras de adolescente, por isso eu faço elas agora hahaha
isso é quase no tema do post que eu acabei de fazer pro blog. quando a gente é adolescente acha que tudo é para sempre e tem que ser naquele momento, mas depois vai vendo que a gente sempre está mudando e fazendo novas decisões e "consertando" os nossos erros - às vezes, fazendo mais erros.
crescer é uma droga e gente percebe isso da pior forma o possível - não, que não tenha o lado bom, mas ainda é uma droga.
beijos, tatii
Oi tatii,
ExcluirEu realmente preciso ler seu post, obrigada por lembrar. Eu realmente acho que a percepção de que você tem que aproveitar a vida nunca vem tarde demais, sabe, sempre dá pra aproveitar isso. Mas a vida também é aproveitar o máximo que você é, a forma como você gosta de agir mesmo que não seja do mesmo jeito que o resto do mundo.
Mas chega de filosofias de boteco, você já sabe de todas essas coisas. Espero que tudo melhore logo e que a gente veja todas as vantagens em crescer.
Beijo
Hey, Giulia!!
ResponderExcluirSobre crescer: eu quero mas ao mesmo tempo morro de medo o que me faz não querer, what? Fez sentido? Eu já acho que sendo adolescente eu sofro pressão demais e tenho responsabilidades que na minha concepção exigem muito de mim. Pode parecer drama, mas não é. Isso é outra coisa que me irrita no "mundo dos adultos", que adolescentes simplesmente não tem e não podem ter problemas.
O seu post me fez querer aproveitar a adolescência, mesmo que ela não esteja da forma que eu queria.
Bom, adorei o post, beiju!
Oi Dany,
ExcluirO que você disse fez sentido, sim, e eu sei exatamente o que você quer dizer. Quanto à pressão e as responsabilidades também é a maior verdade. E eu ainda acho que para adolescentes os problemas são ainda piores do que para os adultos: nós estamos em uma idade de transição, passando por várias mudanças supercomplicadas, sofrendo uma pressão absurda do mundo e ainda temos que lidar com responsabilidades para as quais não nos sentimos prontos, diariamente. Agora vai explicar isso para os adultos?? É triste.
Obrigada pelo carinho, linda.
Beijo<3