Boa tarde, pessoas. O post de hoje é um pouquinho diferente do que o de sempre, especialmente porque não fui eu quem o escrevi. Pois é, como hoje é dia do amigo (inclusive, feliz dia do amigo a todos os meus leitores, que também são meus amigos, apesar de nem todos os meus amigos serem meus leitores) (várias falsianes na vida), eu resolvi publicar um texto de um amigona minha. Inclusive, ela já fez uma participação especial em um post de 2014, que tinha o mesmo tema desse novo texto. Eu realmente não estou suficientemente criativa para escrever uma introdução enorme, então antes do texto eu só quero pedir, por favor, deixem suas impressões sobre o texto? Me digam o que acharam dele e se eu deveria fazer isso mais vezes. É muito importante pra mim e para a autora do texto. De qualquer forma, aqui vai um pequeno ensaio sobre sentimentos, por Annie Scigo:
Eu queria ter a maneira da Giulia de conseguir colocar as
coisas de uma forma engraçada e fácil, ela consegue melhorar tudo, para ser bem
sincera. Deixar as coisas mais simples e conseguir me tirar um sorriso do rosto
realmente rápido, por isso a admiro tanto.
Pensei mil vezes no que escrever para o mês literário,
comecei uma história, mas achei que nada daquilo tinha ficado bom o bastante,
então resolvi falar de: sentimentos.
Isso é tão clichê, todo mundo fala de sentimentos, o tempo
todo. Se bem que na maioria das vezes não sinto a essência do que algumas
pessoas escrevem. Eu não sinto realmente algo que me toque. Parece que as
pessoas se forçam a falar de sentimentos hoje em dia.
Mas bem, vamos lá.
Eu terminei um relacionamento de um ano e, eu juro, de
primeira instancia eu não fiquei nem um pouco louca por causa disso. Não quis
postar milhões de fotos nas redes sociais para mostrar para a pessoa que eu
estava completamente bem. É claro que você não fica bem, mas a pessoa não
precisa saber seu estado de espirito, vamos combinar.
Eu componho, então tudo o que eu tentei fazer foi colocar a
falta que ele me fazia nas minhas letras, codificar as minhas histórias, algo
que ligasse a ele para eu me sentir melhor, para eu sentir que estava deixando
rastros dele por aí, para eu finalmente poder me desprender. Eu tentei tanto,
mas nada adiantou.
Eu consegui escrever músicas, eu consegui começar histórias
e dar o rumo que eu queria, já que essa dor toda pode te deixar bem produtiva,
mas então toda esperança de eu ficar bem se foi, porque nada daquilo melhorava.
Mas eu realmente não sei o que doía mais: o fato de eu não ter um companheiro
ou encarar a rotina e o vazio que ele deixou.
Eu tentei mil maneiras de deixa-lo ir. Meditei, rolei na
cama, gritei sozinha no meu quarto e chorei, além das citadas acima. Fiz
tudinho. Até tentar encontra-lo em outras pessoas eu tentei, mas nada adiantou
muito, para ser beeeeeeem sincera.
Era incrível minha reação com fotos que eu achava por aí no
meu notebook, ou os textinhos de aniversários. Eu não sabia o que fazer. A dor
consegue te sufocar até você achar que não tem nada. Eu tentava de todas as
formas pensar que não era o fim do mundo, mas, qual é(!), tudo nessa idade é o
fim do mundo.
Mas, bem, realmente: não é.
Com o tempo as coisas ficam amenas. Você consegue levantar
da cama sem sentir aquele desejo
incontrolável de ficar ali, porque você sabe
que não vai mais ouvir a risada da pessoa, que você não vai mais olhar para o
celular e ter uma mensagem dela ali.
Mas se você quer saber, todo final de relacionamento tem um
lado positivo, por mais duro que tenha sido o termino.
Por incrível que pareça você amadurece, você muda e você
cresce.
Por mais que ainda doa pensar que eu não o tenho mais, eu
não faria nada diferente, nem as coisas que nos levaram a ter nossa última
conversa, a “definitiva”. Eu cresci tanto com esse relacionamento e me
fortaleci tanto no caminho.
Eu não seria nada do que eu sou hoje se não fosse por ele.
Eu não seria uma pessoa melhor se ele não tivesse acreditado que eu poderia
ser.
Vocês podem achar egoísmo da minha parte, ou até estupidez,
falar que eu não mudaria nada, até porque, se dói tanto assim, por que não
fazer tudo diferente para dar certo, né? Mas eu acho que tudo aconteceu como
tinha que acontecer.
Eu tive que lutar todos os dias, e continuo lutando, para me
levantar, nos dois sentidos, porque tinha manhas que eu simplesmente não queria
sair da cama, mas eu lutava por algo, por um futuro que eu não sabia se
existia, já que você sempre pensa que vai ficar sozinha para sempre.
Eu não o amo menos por falar que eu não mudaria nada, na
verdade acho que o amo demais. Mais até do que eu podia suportar.
Você fica bem, você suporta isso, mesmo que tenha dias que
você acha que não pode, você tenta, pois eu acho que tudo acontece, não por
nossos desejos, ou nosso egoísmo, nosso orgulho e nossos sentimentos, mas sim
porque tem que acontecer.
Você aprende com a dor quando você vê que tudo o que
aconteceu é por causa de um plano muito maior. De que não se trata de você. De
que não se trata de você e outro alguém, seja ele quem for. Isso tudo nos torna
quem somos.
Eu tentei por semanas tirar aquilo de mim, quando tudo o que
eu precisava era entender que tudo não é sobre mim e “my selfish ways”. Eu
aprendi o que eu tinha que aprender, e se o meu futuro for com ele, nossos
caminhos vão se cruzar, é assim que a vida funciona.
Eu sei que vão ter dias que serão mais complicados que
outros, talvez eu leve um ano para finalmente me sentir inteira de novo, mas o
que conta é o que eu aprendi com tudo isso.
O tempo realmente cura e te ensina, te amadurece.
Então se você passou por algo assim, se você está passando,
mesmo que não seja um(a) namorado(a), até perder uma melhor amiga ou amigo, até
de forma besta, lembre-se que as pessoas não são suas, que as pessoas estão na
sua vida, só isso. Que elas podem entrar e sair, e não depende de você se elas
vão ficar ou não. As vezes elas entram na sua vida só para te ensinar alguma
coisa, para te mostrar um caminho diferente para seguir.
Tira um tempo para você, pensa na sua vida e no seu futuro.
Se coloca em primeiro lugar. Pensa que ainda tem um bocado de pessoas para
entrar na sua vida, e muda-la de mil maneiras diferentes. Você escolhe o que
fazer a partir do ponto que se “desprende
de alguém”. Não tem problema pensar em você, se colocar em primeiro lugar,
fazer algo que te faça bem. Mesmo que isso seja sentar e chorar a tarde
inteira. Mas lembre-se de levantar e fazer alguma coisa, ir a um lugar sozinho
só para ver as pessoas.
Lembre-se que a sua vida continua, e só depende de você para
isso.
Respira fundo e encara isso de frente, chora, esperneia e
grita, mas pensa que tudo vai ficar bem no final, e se não está tudo bem, é
porque não é o final.
Tudo, no final, toda a dor, vai te fazer ser quem você é, e
nisso, no meio da bagunça, você vai se achar.
“First love
does not mean best love; Best friends may not mean best friends forever.”
2 Comentários
Olá, Giulia e amiga da Giulia (acredito que ela irá ler os comentários também)!
ResponderExcluirO post de hoje caiu como uma luva na minha atual situação, era tudo o que eu precisava ler, de verdade. Eu não estou saindo de um relacionamento nem nada, mas estou tentando superar um amor não correspondido, que deu muita confusão e ainda está dando, mas eu já sai dessa (não que vocês queiram saber, porém achei legal falar). E ao ler esse texto, eu vejo que a vida ainda tem muito mais a me oferecer, e que me prender a algo improvável só fará mal a mim. Gostei do modo como você diz que "eu" posso chorar e ficar mal, porque eu normalmente me recuso a me sentir assim.
Eu amei esse texto, e eu digo novamente, eu precisava tanto ler algo assim.
Bjos!
Dany, eu me senti feliz pelo seu comentário, ajudar alguém, fazer alguém entender a mensagem, se identificar, era exatamente o propósito que eu o escrevi - além de desabafar.
ExcluirEu tenho certeza que você consegue passar por isso, porque, infelizmente, não vai ser a primeira vez. Você tem a vida toda pela frente, para se machucar, mas também para acertar, para viver.
Obrigada por ter feito o meu dia, obrigada mesmo.
E eu lembrei de uma frase que eu li a um tempo, que me ajudou muito, e acho que serve bastante para refletir: "Não continue a regar uma flor já morta."
Eu espero que dê tudo certo, porque, como eu disse "tudo vai ficar bem no final, e se não está tudo bem, é porque não é o final."
Beijos!