Comecemos o post com a frase que eu tenho repetido muito para mim mesma nas últimas quase 24 horas porque ainda não aceitei nem absorvi a situação completamente: EU ESCREVI UM LIVRO INTEIRO DE 88 MIL PALAVRAS EM 30 DIAS. O QUEEEeeeEEEE? Aquele projeto que era inicialmente uma frase anotada no meu caderno roxo de ideias agora é um manuscrito inteiro com 144 páginas de um monte e altos e baixos e muita dor e sofrimento envolvidos. O QUEEEeeeEEEE? Aquela vozinha irritante de narradora na minha cabeça agora é uma personagem completamente formada, com história de vida, vontades e diálogos. O QUEEEeeeEEEE? Ok, parei. Eu só estou muito chocada por tudo em novembro ter dado tão certo. E por A Linha de Rumo existir de verdade agora e não só na minha cabeça.
De alguma forma, a história que deveria ser sobre duas melhores amigas e sobre se descobrir aos 17 anos acabou envolvendo vários aspectos da vida real que eu não estava esperando. Leigh foi de apenas uma garota com uma melhor amiga e vivia em uma família em guerra para uma escritora com dificuldades em lidar com os próprios problemas e com os problemas dos outros. Enquanto isso Marlena foi do mesmo lugar que Leigh para a pessoa com a vida amorosa mais bem resolvida do mundo, com a habilidade de ser bem sucedida em qualquer coisa que fizesse. Eu me apaixonei tanto por essas personagens e pelas histórias que elas tinham para contar - e eu também as odiei muito por as amar tanto. Foi maravilhoso ver isso acontecer diante dos meus olhos, às vezes como se eu nem tivesse controle do que estava acontecendo. E meu coração está tão, tão partido por ter que deixar essas personagens de lado, mesmo que seja só por um tempo.
Esse post teoricamente é um diário e eu até poderia fazer como fiz nos outros e falar sobre cada dia, mas na verdade a quarta semana foi bem parecida com a segunda: eu tive crises de pânico e dias em que eu não escrevi quase nada, mas no final eu consegui me virar e alcancei a meta de terminar o livro em 30 dias. Minha contagem total de palavras ficou 88088 no Word e 88,255 no site do NaNo, porque para vencer você precisa passar pelo contador deles e o contador do NaNoWriMo funciona um pouco diferente do contador do Word. Eu estabeleci que a contagem que eu queria era de 88 mil palavras anteontem, porque 8 é o número da sorte das meninas (que nasceram em 08/08/98) e o meu também (E do Etienne Bowler também, mas não vamos colocar MisterWives no meio dessa história).
Então, ao invés de simplesmente narrar como foi minha semana e considerando que eu ainda estou em negação sobre esse fim e sobre dizer até logo às minhas personagens, eu vou pedir licença à tatii por meio que pegar a ideia dela e apresentar minhas personagens mais importantes.

Nos dois sentidos de "my books"
Eu acabei trabalhando com 6 personagens que foram indispensáveis para a história: as duas principais, Iris, Lucy, Delilah e Dr. Anna Maria. (Além dos quatro pais das duas, que são quase uma história à parte). Iris é uma amiga de escola das meninas que está um ano à frente e que se intitula assessora e assistente de Leigh pelo tempo que ela precisar. Iris é uma das personagens mais confusas, porque ela tem uma mente extremamente lógica, mas é viciada em horóscopo - o que significa que ela tem toda essa teoria científica que prova que a posição dos astros realmente influencia na personalidade da pessoa. Ela também tem um alterego que ela chama de "Sherlock Chanstain" que acaba solucionando muitas tretas na história. Ela foi adotada quanto tinha 3 meses por Charlie e Sam Chanstain os dois pais mais compreensivos do mundo e tem uma irmã mais nova chamada Helena. Lucy é filha da irmã dos pais de Marlena e Leigh, ou seja, uma prima. Ela é dois anos mais velha que as meninas e como ela mesma cresceu em um ambiente tóxico no próprio núcleo familiar, ela acabou meio que criando Marlena e Leigh no aspecto emocional da coisa. Ela estuda psicologia a algumas horas da cidade da família, mas tira uma semana de folga e consegue passar um tempo na cidade ajudando qualquer membro da família que precise, mesmo que ela mesma esteja triste e com medo por causa do acidente. Acho que Lucy tem uma das minhas personalidades preferidas porque ela usa cuidar dos outros para não se preocupar consigo mesma. Marlena também tem um pouco disso, mas ela é mais do tipo "tenta focar em qualquer outra coisa" quando está triste. Delilah é a irmã de 8 anos de Marlena e absolutamente a única pessoa na família Reech disposta a dizer a verdade a respeito de qualquer coisa, o que pode ou não ser bom para a família no fim das contas. Ela não deveria saber sobre tudo que está acontecendo no hospital, mas ela acaba descobrindo por si só e resolve soltar umas bombas nas cabeças das pessoas. Finalmente, Dra. Anna Maria é a médica traumatologista de Marlena e a única pessoa que consegue entender perfeitamente o laço que Leigh e Marlena possuem. Elas são todas os amores da minha vida que eu quero proteger de qualquer coisa ruim, mesmo que às vezes não consiga. Eu ia postar um trechinho do livro aqui para provar a preciosidade dos meus bebês, mas o Office deu um bug que só é resolvido se eu reiniciar meu computador e eu não quero fazer isso agora, então eu fico devendo??? Natal tá chegando.

Falando em Natal, vou deixar essa sugestão gráfica aqui.
Para finalizar o post e dizer adeus definitivo ao NaNoWriMo (O QUE? COMO ASSIM? NOVEMBRO COMEÇOU ONTEM!!!), eu preciso naturalmente agradecer a cada pessoa que me ajudou nesse mês inteiro, porque esse mês foi repleto de um apoio que eu não esperava de um monte de gente que estava passando pelos mesmos perrengues que eu. Esse parágrafo quase todo é pra essas pessoas e pode ficar bem pessoal, então os não interessados podem pulá-lo se quiserem. A começar por dona tatii (eu sempre escrevo o apelido dela com letra minúscula, mas é porque ela disse em algum momento que não gosta de letra maiúscula, só é obrigada a usar e eu fiquei com isso na cabeça, então me deem licença) que escreveu o livro mais esperado do NaNoWriMo: Eu fiquei tão feliz por você ter terminado outro livro e ainda ter escrito mais 26 mil palavras, que assim, a gente vai ter que ler, dentro ou fora do livro, porque é uma questão de necessidade ler o pov da Kaia. Você tem sido tipo uma das minhas maior apoiadoras (essa palavra existe?) nesses últimos dois anos, com seus textões nos comentários que eu amo muito ler e nossas conversas sobre um monte de aspectos da vida. Você é maravilhosa, sério, não esquece disso. Tem também a Gih que me achou no Twitter e que basicamente trouxe as outras meninas: Você é incrível, de verdade. Você realmente venceu o NaNoWriMo no meio do mês, não subestime a importância disso. E ainda vai voltar agora em dezembro! Eu não estava brincando com o que falei depois de ler Jardins, é uma história maravilhosa e promissora, mas eu realmente acho que você precisa escrever o que você sente que deve no momento. Uma vez eu vi a Melissa de la Cruz dizendo que ela geralmente escreve pelo menos dois livros ao mesmo tempo porque sempre que ela se sente bloqueada ou insegura sobre um, ela muda para o outro e assim nunca parece trabalho. Então, não, não se sinta culpada por abandonar um projeto e ir para outro e repetir o loop 50 vezes. Você escreve o que precisa escrever no momento. E você é uma boa escritora, mulher, olha aquele primeiro capítulo de Jardins!! Tem também Laís, que se as propagandas estão certas ainda vai destruir minha vida com algo que escreveu (seja OMAM, CQ ou com qualquer outra história): se um dia eu te vir falando que o dia em que você completar alguma coisa o mundo acaba eu vou atrás de você em Gravataí. Ninguém mandou escrever 20 mil palavras em um dia, agora eu realmente acredito que você pode fazer qualquer coisa e vou te ver como heroína pra sempre. Isadora, minha futura agente: Eu fiquei bem animada com Hibridos e com seus personagens e espero que esse NaNo em dezembro seja maravilhoso. Precisando de apoio, estaremos lá o mês inteiro, tenha certeza. Annie, meu amorzinho que fez o NaNo pela primeira vez e venceu, mesmo estando escrevendo o TCC do curso junto: SUA LOCA, EU QUERO O LIVRO NA MINHA MESA ASSIM QUE POSSÍVEL. Sério, eu li dois trechos e já achei uma das melhores coisas que você escreveu, meu bem, olha só pra aquilo. Te amo, mas termina o livro. Obrigada. Tem também Juliana, Dani e Helena, com quem eu não falei tanto assim, mas me ajudaram muito me parabenizando e incentivando pacas: Ju (olha eu fazendo a íntima), eu ainda tenho que dar uma olhada no seu blog e no que você escreveu porque eu te vejo falando e não fiz isso ainda (Eu sou a louca que vê tudo na timeline). Dani, eu fiquei bem feliz por você ter vencido e seus comentários sobre o que você está escrevendo me deixaram bem animada para saber mais sobre. Quero detalhes. E Helena, você não escreveu em novembro, mas ainda assim ajudou pacas não só a mim como a um monte de gente. Você é demais, sério. Ah, Yara também. Eu nem vi como você terminou, mas sei que você foi muito bem. E também espero saber mais da sua história. Todas vocês foram importantes demais esse mês, ajudando, incentivando, falando sobre a história. Eu não esperava conhecer e falar com tanta gente esse mês e ter tanto apoio em relação a ALdR, mas vocês estavam lá e foram completamente incríveis. Agora é sempre né? Todo livro, cada projeto novo, cada ideia maluca. Vocês vão ter que me aguentar e podem contar comigo para apoiar em tudo.
Eu não vou esquecer de falar da galera da faculdade também, que não participaram do desafio porque eu estudo com gente normal (não, mentira, vocês são piores que eu): Caren Babi que tavam lá me ameaçando e me chamando de louca quando eu batia as metas malucas. "Só trabalha" é o novo bordão de Caren, porque sim. Tem Vic também que tava sempre perguntando das metas e já prometeu me ajudar na divulgação e se precisar na revisão. Promessa é dívida e eu cobro tá? Teve mais gente que estava sempre perguntando da contagem de palavras e vocês são demais. E a galera que já lê o que eu escrevo e me acompanha há um tempão, que talvez tenha ficado bem cansada de me aguentar surtando com esse desafio. Agora acabou. E se vocês me dão licença, eu vou ali no canto chorar em posição fetal.
G.

P.S.: Um leitor mais antigo do blog pode perguntar onde está o especial de férias do blog, que a essa altura já tinha começado nos últimos anos. Elementarmente, o Diário de Bordo 5 começa assim que eu entrar em recesso da faculdade, ou seja, dia 23 de dezembro (HEEEELP MEEEEEEEE). Eu só ainda não tenho certeza de qual nome ele terá.