OLÁ e bem-vindo às crônicas de "Eu estou ficando velha" também conhecida como a coluna "É só uma fase". Estamos oficialmente na semana do meu aniversário (ou como Trina Vega de Brilhante Victoria diria: Semana do Niver), o que significa que é chegada a hora de falar sobre as minhas expectativas para a idade que está chegando e também sofrer um pouquinho por causa da idade. Este ano - provavelmente porque resolveram desenterrar o post sobre fazer 17 anos - eu olho para os posts que eu escrevi nos anos anteriores e penso: "Pobre, doce e inocente, criança de verão. Você ainda não sabe o que é ficar mais velha, minha querida.". E enquanto eu sei que as pessoas mais velhas que eu acharão a mesma coisa quando lerem este post, eu preciso expressar tudo que eu estou sentindo sobre fazer 19 anos enquanto eu ainda estou sentindo. Então, peguem uma cadeira e se preparem porque nunca um trecho de música foi tão perfeito para título de post quanto o que intitula o post de hoje: I ask myself why I'm still around, it's just my nineteenth nervous breakdown (Eu me pergunto porque ainda estou por perto, é apenas o meu décimo novo colapso nervoso/colapso nervoso dos 19 anos) - as primeiras frases da música Welcome To The Real World do álbum lendário de 2007 It's Always The Innocent Ones da então chamada Candice Accola (atualmente, Candice King).
Eu pensei que fazer 19 fosse ser tranquilo do que fazer 16, 17 ou 18 porque não tem mais o peso de ficar mais velha e ser uma adulta logo dos últimos anos - é só mais uma idade de transição antes de eu me tornar alguém de duas décadas. Mas fazer 19 anos é estressante demais, porque todo mundo que eu conheço que tem 19 anos é completamente incrível. Ou pelo menos é bem confiante. E eu sei que é errado me comparar a outras pessoas, mas quando você levou duas horas para levantar da cama e uma checada no Instagram te faz descobrir que alguém da sua idade já salvou o mundo três vezes hoje, não dá para não ficar complexada. Vocês sabem quem tem 19 anos? Malala Yousafizai. Ok, ok parei. Eu não estou me comparando à Malala, apesar de ela obviamente ser uma inspiração (Pequena nota: Dia 18 vai fazer um ano que eu ganhei a biografia dela de aniversário e eu ainda não li. Eu não li nenhum dos cinco livros que eu ganhei de aniversário ano passado até hoje!! Odeio essa fase da minha vida). Só estou dizendo que aos 19 anos as pessoas estão lá fora fazendo coisas, experimentando e mudando o mundo e enquanto eu quero muito fazer isso também, eu sou medrosa pra caramba.

"Quando todo mundo resolveu se tornar um adulto?"

Eu não me sinto da idade que eu tenho. Não me vejo em jovens de 19 anos. Eu me sinto um bebê, ao mesmo tempo que me sinto com novecentos anos de idade. Não me sinto pronta para enfrentar os desafios do mundo lá fora, ao mesmo tempo que eu estou tão cansada do drama do mundo lá fora. E não é isso que eu quero. Eu quero viajar o mundo sem crises de pânico. Eu quero ver um projeto que eu gosto e ter coragem de mandar meu currículo que não tem experiência ou curso nenhum, para que eu possa começar a ter experiência. Eu quero sair para dançar. Não, pera, eu não gosto de lugares lotados e sair para dançar normalmente é sinônimo de ter que lidar com gente bêbada e desconhecida. Eu quero ter coragem de ir para o meio da rua e dançar sozinha na chuva ou sob a luz das estrelas simplesmente porque eu estou feliz. É isso que meu coração diz: Saia de casa. Vá viver a vida. Se apaixone. Dance. Perca tempo. Você só é jovem uma vez! Aí vem a minha cabeça diz: Não, obrigada. Você já viu como o mundo lá fora é assustador? Nada de ruim acontece na minha cama com a porta da frente bem trancada.
Você pode se perguntar que parte desses desejos é diferente dos desejos que eu tinha em todos os outros anos anteriores - a diferença é que nos outros anos eu podia dizer: Um dia. Eu estou me preparando agora, sou muito jovem ainda, mas um dia eu farei todas as coisas que eu quero. Um dia eu serei a pessoa que sai para dançar e que é uma trabalhadora e que envia e-mails confiantemente. Um dia eu viajarei o mundo. Mas aos 19 todos os outros "um dia" já aconteceram. Estou falando dos um dia do tipo: Eu vou terminar o ensino médio e entrar na faculdade um dia. Serei uma adulta e responsável por mim mesma um dia. Eu já sou uma adulta, já tenho responsabilidades, já estou na faculdade, eu já tenho que enfrentar a vida sozinha e tomar minhas próprias decisões. Eu não posso mais adiar as coisas para quando a vida estiver acontecendo, porque a vida já está acontecendo e está passando por cima de mim como um caminhão cegonha. Eu não sei se eu estou me explicando direito, então vamos lá: Nos últimos tempos eu tenho sido tomada de inquietude. Eu estou sentada no sofá vendo TV e sinto uma vontade maluca de fazer algo, mas não vou fazer o algo porque eu tenho medo. Eu fico animada com um projeto que eu vejo na internet e que precisa de estudantes de jornalismo e não tento me envolver porque eu não me sinto pronta. Eu vejo as pessoas falando sobre a vida com a confiança nas pontas dos dedos e me sinto uma criança que precisa de abrigo.
A pior parte é que eu estou na vida adulta por tempo o suficiente para saber o maior segredo dela, que ninguém te conta até que seja tarde demais: Todo mundo está fingindo. Ninguém sabe o que está fazendo, ninguém estava pronto quando começou e todo mundo tem inseguranças. Seria ótimo se saber disso me impedisse de me comparar a absolutamente todo mundo que não tem as mesmas inseguranças que eu, mas não impede e é exatamente o que eu faço. Como pessoas que estão semestres abaixo de mim na faculdade e já escrevem para portais e colocam "Jornalista" na bio do Twitter. Eu tenho certeza de que vou pegar meu diploma e ainda não achar que eu sei o suficiente para me considerar jornalista - e eu deixo isso me impedir sair pelo mundo e fazer coisas, quando parece que todas as outras pessoas não são impedidas por nada. Estou falando de pessoas que fizeram exatamente as mesmas coisas que eu, que passaram pelas mesmas situações e receberam as mesmas informações e que até fizeram parte dos mesmos projetos e produziram os mesmos produtos - a diferença é que elas se sentem prontas. Elas se sentem jovens. Elas se sentem espertas. Eu me sinto como alguém que vai passar o resto da vida empurrando toda a minha existência com a barriga e fazendo as coisas no automático, sentindo que não estou fazendo nada de verdade ou que o que eu faço não é real ou suficientemente concreto.

"Quando nós crescemos nada era o que parecia."
Ok, esse post tomou um rumo bem obscuro e a intenção não era essa. Mas sei que outras pessoas se sentem do mesmo jeito e acham que mais ninguém se sente, então é importante que eu coloque isso pra fora. E é sempre importante lembrar, mesmo que para mim mesma: Todo mundo está fingindo. Eu disse mais de uma vez que meu objetivo para 2017 era "parar de surtar e começar a fazer". Eu também tenho dito para mim mesma desde mais ou menos novembro que os 19 anos serão a idade das experiências - assim como os 14 foram a idade problemática, os 15 a idade clichê, os 16 a idade de ser jovem adulto, os 17 a idade das últimas chances e os 18 a idade da coragem (eu tinha esquecido o título que eu dei a cada idade e agora estou assustada com as previsões que fiz, porque todas essas frases representam realmente o que aconteceu em cada ano!! E de repente deu muito medo do que virá da "idade das experiências").
Aos 19 eu irei lá fora e farei as coisas que eu quero fazer. Parafraseando Phoebe Thunderman: Eu serei uma super-heroína e também dançarei em telhados. (A citação real é: "Eu realmente quero minha capa [de super-herói], mas eu também quero estar lá fora, dançando em telhados". Essa é uma das minhas frases preferidas em 78 episódios de série.) (Ah, e eu escrevi a maior parte desse post usando minha blusinha inspirada no super-uniforme de The Thundermans, que é o meu primeiro presente de aniversário de mim para mim mesma este ano. Ela é tão lindinha, eu tô apaixonada.). Eu vou transformar "Ser quem eu quero ser e fazer o que eu quero fazer" em algo obrigatório e inevitável, assim como todas as outras partes da vida adulta como enfrentar as filas da lotérica, assinar contratos e ligar para assistências técnicas. Porque foi assim que eu aprendi a fazer essas coisas, eu surtei muito, tive crises de ansiedade, ensaiei o que eu precisava fazer na cabeça mil vezes, repeti para mim mesma que nada nunca é tão ruim quanto o que a minha imaginação projeta, fui lá e fiz. Porque eu precisava fazer e porque não tinha mais ninguém para fazer por mim. E apenas eu posso fazer de mim o que eu quero ser. Não importa quão assustador isso seja.
G.

P.S.: Antes que eu me esqueça, já que eu sou a maluca que tem mais de 100 playlists salvas no Spotify, é óbvio que eu fiz uma playlist para o meu aniversário. Ao contrário da "Eighteenth" a playlist do ano passado, "XIX" não é uma playlist de festa, mas mais uma "mood playlist" uma playlist de humores com 19 músicas com ritmos e letras que explicam como eu me sinto nessa altura da vida. Além deste post, você também pode encontrá-la na página "Extras" e no meu perfil do Spotify.