E então, ela olhou para o céu e foi como se ele estivesse aberto. Com um movimento que reagia a tudo que aconteceu nos trinta dias anteriores, ela ergueu o dedo médio, fazendo o sinal que representava seus maiores sentimentos com relação àquela que não era a primeira, nem a segunda, mas a terceira estrela mais brilhante de sua constelação e depois de uma longa respiração disse, eloquentemente: CHUPA, SIGMA LIBRAE.
Como já deu para notar, esse post vai ser insano porque eu perdi completamente a cabeça durante o último mês de novembro. Todo novembro é maluco, mas o último foi total, completa e absolutamente DOIDO. Me fez lembrar de algo muito importante: Escrever é difícil. É a melhor coisa do mundo, mas é difícil. Mesmo quando é uma história que você ama, que você queria passar cada segundo do seu tempo escrevendo, escrever é difícil. E em alguns momentos vai ser bem mais difícil do que em outros. Também me lembrou que cada livro é diferente e que cada história é única. Não adianta achar que o livro vai ser longo em comparação a outros, porque ele vai contar sua própria história. E não adianta achar que o mesmo desempenho que você teve em um livro que você amava muito vai acontecer de novo, só porque você também ama muito o livro atual. Também me lembrou que a vida é uma droga e que eu vou ter que batalhar muito se quiser viver de escrita e isso envolve, sim, me matar em trabalhos que eu não gosto. Basicamente, sentem e peguem um copo de café porque eu tenho o que contar.
No momento em que eu deixei vocês, eu estava perdida, mas cheia de esperanças. Eu acho que ainda dá para dizer que eu estou na mesma situação. Existe algo que lindamente trágico na minha vida no momento. Hoje, por exemplo, eu saí de casa às 10 da manhã e cheguei às 8 da noite porque o motorista do ônibus saiu antes da hora e não quis abrir a porta para os passageiros que estavam esperando. Não só eu estou exausta, como eu estou estressada pra caramba. (E eu já surtei porque algo mínimo aconteceu com pessoas das quais eu já estou com raiva). Mas eu ainda estou esperançosa o suficiente para acreditar que existe sentido nessa existência miserável para não desistir de escrever. OK, AGORA QUE PASSAMOS O COLAPSO NERVOSO: Vamos falar do livro.
Apesar de eu ter me iludido completamente durante os primeiros dias, uma parte de mim sabia que eu não conseguiria terminar Mirae até o dia 30. Eu tinha uma deadline do trabalho para a sexta-feira dia 1º e meu outro trabalho ia me manter presa até a quarta-feira. Também tinha várias outras demandas já que eu não vou ter férias tão cedo e a faculdade não cansa de comer minha alma. E meus problemas pessoais, que não vão embora tão cedo, também deram vários oizinhos. Eu tinha tanta coisa para fazer que a vontade era de sentar na cama e chorar mesmo. Mas eu tive psiquiatra no começo da semana e, como sempre, saí de lá com vontade de conquistar o mundo. Na quarta-feira, eu cheguei até mesmo a acordar cedo para que eu pudesse passar a tarde trabalhando no livro. Acordar cedo "sem necessidade" é uma novidade por essas bandas, pessoal.
A semana foi passando e quanto mais ela passava, mais eu adaptava meus planos. Como em 2013, eu fui de "ter o livro terminado no fim de novembro" para "vencer o NaNoWriMo e continuar o livro fora dele" rapidinho. Provavelmente foi o incentivo da minha psiquiatra (Aquela mulher é minha maior torcida, eu não estou brincando. Ela disse que eu sou assertiva. ASSERTIVA! QUEM NESSE UNIVERSO ME CONSIDERA ASSERTIVA? Só ela mesmo), mas eu sabia que estava dando o melhor de mim e que o que eu fazia era o bastante. Não interessa como o livro foi escrito, o que interessava era que eu teria o livro escrito. E eu amo tanto Mirae. O último livro que eu amei tanto quanto amo Mirae foi A Linha de Rumo. Só que enquanto ALdR veio ao mundo com facilidade, eu precisei lutar por Mirae. A história não saiu tão longa quanto eu imaginava ou até tão difícil de escrever quanto eu imaginava (todas as dificuldades para escrever Mirae foram externas: depressão, falta de tempo, desmotivação. A trama fluiu com muita facilidade, considerando que esse é o meu primeiro livro do gênero. Minha maior preocupação para a edição é o desenvolvimento dos personagens, porque como eu tive que trabalhar muito na construção do universo e na resolução dos mistérios do livro, Victoria, Madalena e Bri são as únicas personagens que têm desenvolvimentos reais.), mas saiu perfeita. Perfeita para um primeiro rascunho, é claro, mas perfeita. Eu me sinto como uma daquelas mulheres que fazem planos de parto e na hora final acaba saindo tudo diferente, mas perfeito, porque a vida é imprevisível e o milagre de colocar algo tão mágico quanto um bebê (ou um livro) no mundo é algo certo e incrível si só. Isso, ou talvez eu definitivamente esteja seguindo blogueiras de maternidade demais. (Sem brincadeira, eu sigo muitas blogueiras de maternidade no Instagram e metade dos meus anúncios lá são focados nisso. Não é culpa minha se eu amo ver crianças fofinhas. E roubar nomes de bebês para personagens, ops).
No final da segunda/terceira semana, eu resolvi que não mais usaria o contador de palavras do Word. Eu tenho uma regra pessoal de só usar aquilo durante o NaNoWriMo porque no resto do ano não faz a mínima diferença o número de palavras que eu escrevi, desde que eu tenha escrito algo. (A maioria dos meus artigos científicos não passa de 3 mil palavras. AMÉM FORMATAÇÃO DA ABNT. AMÉM PROFESSORES QUE DEIXAM USAR A FONTE ARIAL). Este ano, eu considerei que o contador do NaNoWriMo é o único que conta de verdade e ao invés de ficar marcando minhas contagens a partir do Word, eu validava elas todo santo dia. Me ajudou MUITO. As 4 mil palavras que eu escrevi no dia 26 foram completamente motivadas por isso e por um monte de sprints do Twitter. Eu acho que preciso começar a diferenciar quando a pressão e as metas me ajudam e quando não. Eu funciono de formas misteriosas. E tem muito da minha rotina de escrita que ainda é por prazer. Eu não posso esquecer disso.
Como já deu para notar, esse post vai ser insano porque eu perdi completamente a cabeça durante o último mês de novembro. Todo novembro é maluco, mas o último foi total, completa e absolutamente DOIDO. Me fez lembrar de algo muito importante: Escrever é difícil. É a melhor coisa do mundo, mas é difícil. Mesmo quando é uma história que você ama, que você queria passar cada segundo do seu tempo escrevendo, escrever é difícil. E em alguns momentos vai ser bem mais difícil do que em outros. Também me lembrou que cada livro é diferente e que cada história é única. Não adianta achar que o livro vai ser longo em comparação a outros, porque ele vai contar sua própria história. E não adianta achar que o mesmo desempenho que você teve em um livro que você amava muito vai acontecer de novo, só porque você também ama muito o livro atual. Também me lembrou que a vida é uma droga e que eu vou ter que batalhar muito se quiser viver de escrita e isso envolve, sim, me matar em trabalhos que eu não gosto. Basicamente, sentem e peguem um copo de café porque eu tenho o que contar.
No momento em que eu deixei vocês, eu estava perdida, mas cheia de esperanças. Eu acho que ainda dá para dizer que eu estou na mesma situação. Existe algo que lindamente trágico na minha vida no momento. Hoje, por exemplo, eu saí de casa às 10 da manhã e cheguei às 8 da noite porque o motorista do ônibus saiu antes da hora e não quis abrir a porta para os passageiros que estavam esperando. Não só eu estou exausta, como eu estou estressada pra caramba. (E eu já surtei porque algo mínimo aconteceu com pessoas das quais eu já estou com raiva). Mas eu ainda estou esperançosa o suficiente para acreditar que existe sentido nessa existência miserável para não desistir de escrever. OK, AGORA QUE PASSAMOS O COLAPSO NERVOSO: Vamos falar do livro.
Eu acho que foi o ConversaCult que usou esse gif em um post sobre o NaNoWriMo. Caso não tenha sido, me avisem para eu creditar direito, porque eu sei que salvei ele de algum blog meio milhão de anos atrás. |
A semana foi passando e quanto mais ela passava, mais eu adaptava meus planos. Como em 2013, eu fui de "ter o livro terminado no fim de novembro" para "vencer o NaNoWriMo e continuar o livro fora dele" rapidinho. Provavelmente foi o incentivo da minha psiquiatra (Aquela mulher é minha maior torcida, eu não estou brincando. Ela disse que eu sou assertiva. ASSERTIVA! QUEM NESSE UNIVERSO ME CONSIDERA ASSERTIVA? Só ela mesmo), mas eu sabia que estava dando o melhor de mim e que o que eu fazia era o bastante. Não interessa como o livro foi escrito, o que interessava era que eu teria o livro escrito. E eu amo tanto Mirae. O último livro que eu amei tanto quanto amo Mirae foi A Linha de Rumo. Só que enquanto ALdR veio ao mundo com facilidade, eu precisei lutar por Mirae. A história não saiu tão longa quanto eu imaginava ou até tão difícil de escrever quanto eu imaginava (todas as dificuldades para escrever Mirae foram externas: depressão, falta de tempo, desmotivação. A trama fluiu com muita facilidade, considerando que esse é o meu primeiro livro do gênero. Minha maior preocupação para a edição é o desenvolvimento dos personagens, porque como eu tive que trabalhar muito na construção do universo e na resolução dos mistérios do livro, Victoria, Madalena e Bri são as únicas personagens que têm desenvolvimentos reais.), mas saiu perfeita. Perfeita para um primeiro rascunho, é claro, mas perfeita. Eu me sinto como uma daquelas mulheres que fazem planos de parto e na hora final acaba saindo tudo diferente, mas perfeito, porque a vida é imprevisível e o milagre de colocar algo tão mágico quanto um bebê (ou um livro) no mundo é algo certo e incrível si só. Isso, ou talvez eu definitivamente esteja seguindo blogueiras de maternidade demais. (Sem brincadeira, eu sigo muitas blogueiras de maternidade no Instagram e metade dos meus anúncios lá são focados nisso. Não é culpa minha se eu amo ver crianças fofinhas. E roubar nomes de bebês para personagens, ops).
Eu tentando escrever depois de chegar do trabalho numa segunda |
No fim das contas, eu não terminei Mirae ao fim do NaNoWriMo. Mas eu venci meu 4º NaNo com 52,185 palavras e mais algumas soltas que eu não adicionei à contagem. Foi um mês longo, doloroso, complicado e o livro ainda não acabou. Nesses quatro dias desde o fim de novembro, eu continuo trabalhando em Mirae. Eu já escrevi um pouco mais de duas mil palavras do meu objetivo que vai até o dia 15 de dezembro, que são 15 mil ou talvez um pouco menos (sim, menos. Nunca pensei que diria isso). Eu não me sinto tão cansada de literatura como eu normalmente me sinto em dezembro, mas quando eu terminar Mirae e a edição da 2ª fase de As Crônicas de Kat, eu fazer uma pausa dos meus projetos grandes até depois do meu aniversário. Não é porque eu queira ou ache que eu precise de uma pauta (sejamos sinceros, eu vou escrever contos nesse meio tempo), é porque eu sempre odeio tudo que eu escrevo imediatamente depois do NaNoWriMo e este ano meu NaNoWriMo se prolongou até agora.
Agora eu preciso decidir se aviso a vocês como será o mês de dezembro ou se posto o trecho da história antes. Hmmmm, vamos começar com o que é mais leve.
Eu estou ajudando uma criança de cinco anos a prender o
cabelo quando ouço o nome dela do outro lado da sala.
- Violeta o quê? – Pergunto, precisando tomar cuidado
para não puxar os cabelos de Amanda com força demais.
- Violeta vai voltar para Garra Sul. – Vivan diz,
surgindo atrás de mim. Ela sorri torto como se compreendesse algo na minha
reação. – Ela desistiu do balé.
- O QUÊ? – Meu grito chama atenção de todas as crianças
presentes. Eu termino de prender o cabelo de Amanda e começo a seguir Vivan
pela sala, perguntando: - Ela era uma das finalistas para uma vaga na Halley.
Ela saiu de Garra Sul há dez anos para dançar!
- Você também esteve prestes a desistir do balé. – Vivian
diz, sem olhar para mim. - Uma série de vezes.
- Mas eu nunca desisti. Além disso, eu nunca avancei. Ela
tinha um futuro pela frente, por que ela desistiu?
A aula começa e Vivian não fala comigo por alguns
minutos. É cedo e o meio de uma aula infantil. Eu tenho ajudado com as crianças
desde que o ano começou. Eu trabalho quatro horas por dia e, de alguma forma,
Vivian conseguiu que eu fosse contratada como estagiária em nível médio. O
plano é conseguir um emprego oficial em uma escola de dança fora da cidade
quando eu me formar no ensino médio, usando a experiência adquirida aqui. E os
14 anos de balé.
- Se você quiser saber porque Violeta deixou o balé você
vai precisar falar com ela. – Vivian diz, quando a turma começa a dançar. 15
crianças de cinco anos, sendo adoráveis em colãs roxos.
- Muito obrigada, mas não. – Respondo. Percebo que o
cabelo de Amanda está torto. - Não posso deixar minha nêmese saber que eu me
importo.
- Ela nunca foi sua inimiga, Bri. Queria que você
percebesse isso.
Por favor, sintam-se a vontade para responder a esse trecho com "GAAAAAAAAAAAAAAAAAY", porque sinceramente eu faço isso toda vez que estou escrevendo qualquer cena que envolve a Bri e a Violeta. Mas eu não estou insinuando nada. Vocês terão que ler o livro para entender. Além disso, EU VIVO PELO DRAMA DO BALÉ!!!!!! Essa foi a cena com menos spoilers que eu escrevi na última semana & isso é um capítulo inteiro. Sim, um capítulo inteiro. QUEM SOU EU?
Agora às últimas coisas. Eu falei que vou tirar uma pausa da literatura entre o fim de dezembro e o fim de fevereiro, mas eu darei uma pausa de absolutamente tudo entre os dias 23 de dezembro e 7 de janeiro. Isso inclui faculdade, estágio (ok, pro estágio talvez eu precise voltar dia 2), literatura e o blog. O único post do blog que acontecerá entre esse dias será o da retrospectiva, que eu vou deixar programado para o dia 31 de dezembro, às 22h (horário de Brasília), então não teremos post tradicional de "como foi meu Natal" até o meio de janeiro. Eu preciso disso, gente. Preciso muito me desligar de tudo e viver só para mim mesma por alguns dias, sem pressão. É bem provável que eu delete o WhatsApp também para garantir que meus chefes não irão me encontrar. Essas duas semanas são o único período que eu me vejo não fazendo nada, então eu separei ele para mim. Até lá, nós ainda temos uma série de posts, que se já não estão escritos, já estão começados e o lançamento do e-book da segunda fase de As Crônicas de Kat (que ainda não tem data certa, mas até o final da semana eu dou notícias sobre isso), incluindo, provavelmente uma surpresinha. E ah! O Diário de Bordo 7 já tem nome e data: No dia 15 de dezembro vocês lerão a primeira parte do Diário de Bordo 7: Eu desisto. Então, vocês não ficarão desamparados. E considerando que o post deste ano sobre o meu aniversário, que é em fevereiro, foi publicado em junho, vocês não podem reclamar.
Vejo vocês mais rápido do que vocês pensam,
G.
P.S.: Vocês terão uma noção do porquê de a Kira estar na dedicatória no próximo post.
4 Comentários
Hey!
ResponderExcluirFico feliz que você tenha vencido o NaNoWriMo, tenho certeza que o livro está ficando incrível!
Os trechos postados me deixaram muito interessada na história.
Acho super válido e bom você tirar um tempo só pra você no final desse ano/início do próximo, é sempre bom relaxar e apreciar a si mesmo, espero que você consiga aproveitar.
Beijos!
Ooi!
ExcluirObrigada!! <3 Especialmente por se interessar pela história!
Eu preciso voltar a trabalhar nela porque essa semana com os últimos trabalhos da faculdade, eu acabei deixando o livro de lado nos últimos dias. Mas agora vai!
Espero que eu consiga descansar e me sinta menos louca depois dele. Obrigada de novo, Dany <3
Beeijo
oi g!
ResponderExcluireu acho que eu nunca cheguei a te dar parabéns de verdade por vencer o nanowrimo, então parabéns! principalmente porque parece que os seus últimos tempos tem sido bem loucos e por tu ter continuado escrevendo e batido a meta e ainda seguindo depois do fim, já é minha inspiração (o que não é muita novidade, porque tu é minha inspiração pra muitas coisas além de escrita).
espero que você consiga dar a sua pausa sem ninguém estragá-lo, é tão importante dar um tempo de tudo e focar na gente de vez em quando. na verdade, isso tá se tornando mais necessário que nunca. pausas são ótimas e sempre merecidas.
beijos,
tati
ooi!
ExcluirObrigada, tati <3 Esses tempos têm realmente sido loucos e os dias exaustivos, mas é tão bom ter algo que eu ainda amo fazer e consigo fazer, mesmo sendo parte da loucura às vezes. E você têm feito algo que ama e arrasado nisso e eu estou tão orgulhosa de você por isso, aaahhh <3 Parabéns!
Obrigada! Eu também espero porque eu preciso muito descansar. Não sei o que é isso há um tempão e inclusive neste momento.
Beijo!