OI, PESSOAS!! Esse post tá mais atrasado do que a minha menstruação em setembro (oooh, começamos bem) e eu sei que atrasei outros posts por causa dele. Eu também sei que amanhã já tem post de novo e que é muita coisa de uma vez só e eu estou completamente ferrada para conseguir escrever tudo e ter um bom engajamento, mas eu não ia desistir da minha ideia de liberar isso aqui. Vocês me conhecem e sabiam para o que estavam se inscrevendo quando começaram a acompanhar esse site. (A menos que esse seja seu primeiro post. Neste caso, olá! Ainda dá tempo de voltar atrás). Agora aguentem.
Estamos em dezembro e como todo resto do mundo, eu entrei em clima de retrospectiva, confraternização e recomeços. (Mas ao contrário de muita gente por aí, eu não vou fazer as pazes com as pessoas com quem eu briguei, porque vocês todos ainda estão errados.). 2018 não foi um ano como os outros que vieram antes dele. Eu pensei que os últimos três anos tinham sido completamente insanos, e eles foram, mas eles foram preparação física, emocional e psicológica para o caos que 2018 seria. Não sei se é porque eu sou melhor em ter 20 anos do que era em ser adolescente ou porque o mundo pode ser mostrar surpreendente e louco às vezes, mas 2018 não podia ser retrospecto em apenas um post, por mais longo que ele fosse.
Só neste ano eu abandonei meu emprego, recomecei do zero, publiquei um livro, briguei com metade da minha família e com um ator da Netflix, jurei vingança contra metade da minha cidade e coloquei a vingança em prática, percebi que eu estou cercada de pessoas que eu amo insanamente, conheci muitas pessoas novas que também comecei a amar muito. Me livrei de sentimentos que não me faziam bem e fui me reinventando. Mas entre ficar mais bêbada do que eu achei que fosse possível e a montanha de dinheiro que eu gastei com delivery de lanchos, teve muitas lágrimas, corações partidos e decepções. E teve a descoberta de como lidar com tudo isso. Foi por isso que eu resolvi fazer uma série de posts de retrospectiva. Quatro posts, um em cada sexta-feira de dezembro (ou domingo, pelo que parece), cada uma cobrindo três meses do ano. Isso inclui minhas listas de fim de ano, como as de música, filmes, séries e etc, que dessa vez eu farei de um jeito diferente. Mas sem mais delongas, vamos ao que vocês vieram aqui ler:


Janeiro
Eu estou tentando não basear minhas esperanças e sonhos em fatos antigos que não são evidências concretas do futuro porque eu sou uma pessoa terapeutizada de verdade agora, mas é um fato estatístico e que os meus melhores anos começaram com os piores réveillons. (Exceto 2014, aquele ano nada a ver, que eu comecei com diarreia). Eu passei a virada do ano em Salvador na casa da minha irmã mais velha, mas eu tinha esquecido meus remédios em casa e no período de quatro dias que eu passei viajando, eu tive mais crises do que eu posso contar nos dedos. A virada em si eu passei emotiva e irritada, depois de um dia inteiro passando mal. Eu fiz uma promessa de que passaria a próxima virada sozinha, cumprindo meus rituais particulares. Até recentemente eu queria cumprir essa promessa, mas agora, pensando no meu estado emocional quando eu fiz ela, eu não tenho certeza. (Mas eu estou focando em descobrir o que vou fazer no Natal antes disso).
Então, eu comecei o ano em um momento emocional complicado, mas eu estava mais do que disposta a mudar ele. Eu decidi que 2018 seria o ano do auto cuidado (e inclusive, algo que eu tinha esquecido até recentemente - porque este ano teve 5 anos dentro dele - foi que eu comprei um presente de ano novo para mim mesma e com direito a cartão temático que eu levei semanas pra achar) e por isso que, assim que eu voltei para casa, tomei o remédio e vomitei meus bofes porque taquei substância pesada no meu corpo de novo, a primeira coisa que eu fiz foi marcar terapia com a psicóloga que minha psiquiatra me indicou. Melhor decisão do ano, e eu tomei várias boas decisões este ano. Mas antes que a primeira sessão, no dia 12 de janeiro, chegasse, muita coisa aconteceu.




Quase dois anos atrás — quando fez 200 anos da famigerada festa do Lord Byron — eu resolvi que não compraria Frankenstein até o aniversário de 200 anos de publicação. Isso é hoje. Em 1° de janeiro de 1818 uma das mulheres mais incríveis da literatura mundial criou um gênero e lançou um livro que é clássico de DOIS gêneros e continua influenciando autores até hoje. E ela tinha exatamente a idade que eu completo este ano, 20 anos. Então eu decidi comprar Frankenstein para mim mesma e começar o ano com essa lembrança nas mãos. Eu fui 100% como se eu fosse presentear outra pessoa, achei a melhor edição no meu orçamento e passei quase duas semanas até encontrar o cartão perfeito que acompanhasse o presente. Eu espero que em 2018, eu não esqueça do que é importante pra mim e porque eu amo fazer o que eu faço. E que continue me mimando, porque BICHO, eu mereço. Feliz 2018 ✨🖤 E feliz aniversário, Frankenstein.
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Quando eu cheguei em Conquista, tinham acabado de colocar uma pista de patinação no gelo no único shopping que tínhamos na época. Não sei quantos de vocês sabem disso, mas meu filme preferido é o clássico da Disney Sonhos no Gelo, e desde que eu era um bebê de 10 anos, patinar no gelo era meu sonho. Eu nunca consegui especialmente porque eu nunca consegui convencer ninguém a ir comigo ver as pistas de patinação e entrar. Mas 2018 é o ano do autocuidado. E autocuidado é lutar pelos seus sonhos sozinha, mesmo que isso signifique colocar lâminas sob seus pés para patinar sob uma superfície escorregadia, caindo uma série de vezes e correndo o risco de arrancar seus dois pés em um movimento em falso. Isso, aliás, era o que eu tinha certeza de que ia acontecer. Eu tava tendo pesadelos sobre cortar meus dois pés com as lâminas àquela altura, mas com o mesmo impulso que me fez subir uma montanha em 2015, eu calei a boca e fiz o que eu queria fazer. Eu não arranquei meus pés com as lâminas, mas eu tomei tanta queda que eu machuquei os dois braços de uma forma horrível e até hoje eu sinto dores por causa disso (inclusive, é um dos motivos pelos quais eu estou indo a uma reumatologista agora. Ortopedistas foram inúteis demais para cuidar das minhas dores).
Isso foi no dia 4. No dia 8, era o dia em que eu deveria voltar para o estágio. Para quem não lembra, na época eu trabalhava metade da semana na TV da minha universidade e metade da semana em um projeto com o curso de medicina. Eu odiava os dois. Mas, como eu queria o dinheiro, eu continuei. Em janeiro, eu só trabalharia na TV, já que o pessoal de medicina estava de férias. Eu deveria ter voltado ao trabalho junto com todo mundo no dia 2, mas combinei com meu chefe de voltar na semana seguinte e fazer jornada dupla pela primeira semana. Eis que é o domingo antes disso, dia 7, e eu morrendo de dor no braço digo a minha irmã "Nem pra quebrar o braço e me livrar de trabalhar por mais um tempo eu sirvo". Ela ri e eu começo a caminhar até a cozinha para beber água. Em seguida, eu bato o pé direito contra a parede que leva da sala para a cozinha e meu dedo mindinho abre a formação dos dedos do pé. Ele literalmente abriu. Fez um ângulo de 90 graus. Morrendo de dor e rindo do meu destino, eu fui para o pronto socorro, onde um raio-x comprovou que eu tinha quebrado um osso pela primeira vez na vida, 6 semanas antes do meu aniversário de 20 anos.
Isso me deu um atestado de 15 dias, do qual eu só usei 7, porque me senti culpada em ficar tanto tempo em casa, considerando que eu já tive mais férias do que todo mundo do trabalho. É sério, qual o meu problema? Não se joga atestado fora!! Isso não deu nada certo porque o sobe e desce e entra e sai da rotina não exatamente ajudou meu pé a se curar. Além disso, no dia 12, dia da terapia, eu sai de casa na chuva e o esparadrapo que o ortopedista do pronto-socorro tinha usado para juntar meus dedinhos, soltou. Até o presente dia eu ainda não sei se meu osso consertou, porque 45 dias depois, quando eu tive uma consulta horrível com o especialista em pés (ortopedistas são inúteis), um calo ósseo (ou seja, uma leve camada de pele) era a única coisa mantendo os dois pedaços do meu osso juntos. E eu não voltei no especialista de pés porque eu não sou grande fã de médicos que resolvem usar o celular pra me mostrar o Instagram deles no meio da consulta. Os raio-x que a reumato passou talvez me façam descobrir se meu pé está consertado ou não.



Eu me lembro até hoje o que me fez ter confiança na minha nova psicóloga: Quando ela chegou para a consulta, ela estava usando uma blusa da Princesa Leia. Agora, entendam, eu nunca assisti Star Wars. Só que ela era minha quarta psicóloga. Terceira só aqui em Conquista. Ela era meio que minha última tentativa. Não que minha psiquiatra fosse me deixar ficar sem terapia, mas eu já tinha colocado na cabeça que se eu não me encontrasse no método da psicóloga que minha psiquiatra recomendou, eu ia desistir de terapia até eu ir embora de Conquista (eu não desistiria da terapia para sempre, porque eu já passei por terapia o suficiente para saber que terapia é completamente indispensável. O problema é achar a pessoa certa. Existem três profissionais que são muito particulares e funcionam para cada pessoa de forma diferente: Ginecologistas, astrólogos e terapeutas). Meu ponto é: Ela era minha última tentativa e ser recebida descobrindo que ela era fã de algo que minhas melhores amigas também são, foi extremamente confortante.
Se você falou comigo este ano, sabe como eu me sinto sobre esse novo processo terapêutico. Tudo meu é "minha psicóloga" recentemente. Não foi um processo confortável (nadinha)  e eu continuo resistente sobre muitas coisas, mas também foi um processo de descobertas muito incrível. As primeiras coisas que eu trouxe para a terapia só começaram a melhorar depois que a gente fuçou coisas mais profundas, que originalmente eu não queria trazer de jeito nenhum. Tanta coisa mudou nesses onze meses que, não é bem como se eu me sentisse outra pessoa, mas é como se a minha mente estivesse programada em um modo mais leve, menos doente. É doido! E nós ainda estamos bem longe do que poderia ser considerado "uma remissão". Ainda tem mais coisa pra eu futucar aqui dentro.
Mas naquelas primeiras semanas de janeiro, as coisas ainda estavam no comecinho e era tudo bem complicado. Eu voltei a trabalhar no dia 15, mesmo que o médico tivesse me proibido até o dia 22. Minha rotina foi tomada de volta pela máquina sugadora de almas que me dominou. O resto de janeiro foi tentando resolver algumas coisas que eu queria antes da volta às aulas (como ir na ginecologista) e tentando não chorar quando minha psicóloga dizia que minha expressão mudava completamente quando eu falava sobre a faculdade ou o jornalismo em relação à expressão que eu tinha quando eu falava sobre literatura. E antes que eu pudesse perceber, fevereiro chegou.

Favoritos do Mês
Filme: Enquanto todo mundo estava se entupindo de filmes da Award Season, eu precisava da minha dose de Kira ou minha alma estaria morta para sempre, então eu finalmente fui assistir ao único filme que meu bebê fez até hoje aka o clássico de 2015 da Nickelodeon: Um Cruzeiro Muito Louco. O filme tem tudo de ruim que faz um filme divertido, incluindo storyline românticas que não fazem o mínimo sentido e um palhaço bizarro que definitivamente não deveria chegar perto de crianças ou se intrometer na vida delas. O filme me fez pegar ranço do Cody Simpson & me deixar viciada em uma música dele ao mesmo tempo. É um filme bem completo.
Série: DEFINITIVAMENTE, a segunda temporada de One Day at a Time. Com estreia no mesmo dia que completou um ano que eu maratonei a primeira temporada de uma vez só, o único motivo para eu não ter assistido os 13 episódios da segunda temporada de uma vez só é que Hello Penelope me fez chorar tanto que eu não conseguia enxergar nada. Então na manhã seguinte eu assisti os quatro episódios que faltavam e de novo chorei tanto que não conseguia enxergar nada. É assim que se faz uma série, meninas, você pega a pessoa rindo e com a guarda baixa e mata ela de tanto chorar. One Day at a Time foi a pior esnobada possível em todos os prêmios possíveis e me deixa muito irritada que a série não tenha o reconhecimento que merece. Vocês vão ver o que eu farei quando essa terceira temporada sair.
Música: Eu criei a playlist de 2018 para ser uma playlist de 12 músicas (que serão adicionadas de 3 em 3 junto com os posts) e a única regra é que as música sejam músicas lançadas em 2018. Por isso, se você olhar a playlist abaixo, verá La La Love do Animal Island como a música de janeiro, mas a verdade é que eu levei meses para descobrir o nome da música que tocava no trailer e na introdução dos episódios de Love Daily. Se eu fosse falar da música que eu mais ouvi mesmo em janeiro deste ano, seria Too Young do ayokay com a Baker Grace.



Melhor peça de mídia consumida em janeiro: A SEGUNDA TEMPORADA DE ONE DAY AT A TIME!!!!!!!!!!!!!! (Gritei e destaquei pra deixar bem claro)



Fevereiro
Como um bebê cúspide, eu não acredito muito no meu inferno astral particular. Na verdade, algumas das melhores coisas da minha vida aconteceram no período de 30 dias antes do meu aniversário. Porém, este ano, apesar de ter tido um dos melhores aniversários da minha vida, as semanas antes dele não foram nADINHA boas.
As aulas voltaram e eu me lembrei que eu não gostava nem um pouquinho de estar ali. Parece outra vida, mas no fim do ano passado eu estava considerando trancar a faculdade. Eu tinha conversado com a minha psiquiatra sobre e eu tinha todo um plano traçado para isso. Eu nem me lembro de verdade o que me fez decidir dessa ideia. Talvez o ter sobrevivido ao fim do ano no estágio me levou a isso. Eu odiava todo e cada aspecto daquilo ali e estava parecendo um inferno para mim. No trabalho, a seleção para novos funcionários REDA (Regime Especial de Direito Administrativo - uma espécie de vínculo empregatício temporário que dura em média 4 anos, que as instituições públicas da Bahia usam para evitar fazer concurso público) começava a traçar os rumos dramáticos que as semanas seguintes trariam. A única coisa que me animava sobre o novo semestre era começar a disciplina de jornalismo digital e trabalhar no Avoador, já que jornalismo digital sempre foi o que eu queria fazer quando saísse da faculdade.
Desde o ano anterior eu já tinha planejado minha grande pauta sobre ativismo político online para a qual eu entrevistaria meu bebê, Kira Kosarin, e que seria meu grande momento profissional. Não que a pauta estivesse muito planejada, mas ela caiu antes que eu pudesse rebater. Mas eu estava tão decidida a escrever a bendita matéria, para qualquer site que fosse, que eu entrevistei a K de qualquer forma. "Então onde está a matéria, Giulia?" Bem. Toda vez que eu paro para pensar ou para mexer nessa matéria eu quero algo novo dela. E toda vez que eu sento para escrevê-la simplesmente parece que ela não está boa o suficiente. Então basicamente, eu ainda não a terminei. Eu quero terminar e eu tenho planos para ela, mas não faço a mínima ideia do quando. MAS, se vocês quiserem ler uma entrevista minha com a Kira terão uma para ler ainda no primeiro semestre de 2019. É tudo que eu vou dizer.
Voltando ao tema, foi no meio dessa confusão de sentimentos e de dores de cabeça, que eu recebi o que seria a pior notícia que eu poderia receber naquele momento e que no fim me empurrou a tomar a decisão que eu precisava tomar: Aparentemente, só poderiam pagar nosso salário depois do carnaval, o que queria dizer que eu não teria recebido meu salário antes do meu aniversário. O tanto que eu chorei e esperneei por causa disso não tá escrito. Eu me lembro até hoje da sensação do meu choro. Foi diferente sabe? Uma raiva contida, e uma tensão tão grande que as lágrimas queriam sair e ficavam presas em um turbilhão de ódio. Eu queria fazer uma festinha, queria presentes de mim para eu mesma e de repente, tomavam isso de mim. Foi naquele momento em que eu decidi que ia mandar para o inferno o meu plano inicial de só sair do estágio quando tivesse algo concreto. Se eu ia me sentir tão mal e no final não teria dinheiro, no meu próprio aniversário, qual era o sentido? No fim, acabaram resolvendo o problema do salário e eu tive duas festas de aniversário (mais sobre isso lá na frente), mas a decisão já estava tomada. Eu trabalharia enquanto as coisas estivessem caóticas ali dentro, mas assim que o processo do REDA acabasse, eu pediria demissão do meu primeiro emprego.




No meio do caos, eu consegui ser produtiva. Apesar de ter demorado e ter chorado muito no processo, o vídeo de 7 anos do blog saiu e no dia 14 de fevereiro eu terminei de escrever aquele que seria meu 5º livro escrito, Mirae. Eu ainda tenho muito o que fazer com a história e realmente espero que eu consiga fazer algo em 2019, mas eu ainda estou muito orgulhosa de ter escrito cinco livros antes do meu vigésimo aniversário. Também tem o fato de eu ter conseguido publicar um aos vinte, mas isso é para quando falarmos do mês de outubro. Em janeiro eu tinha recebido a notícia de que A Linha de Rumo não tinha sido aprovado no Prêmio Zélia Saldanha e quase imediatamente inclui no livro no Prêmio Sesc de Literatura, que só me daria resposta em junho. Então depois de terminar Mirae, tudo que eu podia fazer era esperar e me afundar nos dois trabalhos que eu mais odiava no mundo.
A Uesb conseguiu pagar os estagiários no dia 15 e no dia 17 o plano era passar a tarde com as minhas amigas porque o dia 18 eu queria que fosse especialmente meu e minha festinha seria dia 23. Eu nem desconfiava que estivessem fazendo uma festa surpresa para mim e muito menos que a minha teimosia em realmente fazer uma festa no dia 23 estava atrapalhando os planos de todo mundo. Isso é claro, até eu dizer que não tinha certeza se ia conseguir ir no sábado e todo mundo surtar, berrando que eu tinha que ir. Eu sou sensível, gente, eu percebo as coisas. Mas eu também tenho baixa autoestima, então parte de mim só me convenceu de que eu não deveria ficar me achando e achando que as pessoas realmente iam fazer uma festa surpresa para mim. No final, era uma festa surpresa para mim e eu ter saído de casa relativamente bonitinha me ajudou muito. A festa foi muito doida e eu amo meus amigos por isso. Eu bebi tanto que eu achei que nunca mais fosse ficar bêbada daquele jeito - ó, quão errada eu estava - e dancei e gritei e ganhei presentes. Foi completamente maravilhoso.
No dia 18 em si, algumas coisas deram errado e outras deram certo. Meu pai, que ia vir passar o dia comigo como faz todo ano, acabou preso no meio do caminho com um pneu furado e eu tive que almoçar sozinha. À noite, o restaurante que eu queria ir estava fechado porque só nesse inferno de cidade restaurantes fecham no domingo à noite. Mas eu também tive isso:





E fui lembrada mais uma vez que estou cercada de pessoas incríveis. Eu também bebi pra caramba de novo e terminei o dia sentindo que tinha, sim, aproveitado meu aniversário ao máximo. Mantive minha festa no dia 23, a sexta-feira seguinte, apesar de não aguentar mais comemorar meu aniversário (eu sei, também não acredito que to dizendo isso). Nessa festa, eu fui lembrada que família é quem a gente escolhe, quando os mesmos amigos que deram a outra festa apareceram aqui e da família de sangue, apenas meu avô e um dos meus tios que moram aqui. O resto da família nem se justificou. Meses depois eu seria ameaçada de "perder minha família, desrespeitando os mais velhos por causa de política". Te faz pensar...
Mas shade à parte, fevereiro terminou tumultuoso com direito a eu me acabando de chorar na terapia e brigas com pessoas da faculdade. Eu também ganhei flores pela primeira vez desde a minha primeira menstruação e até hoje tento manter a pobrezinha da Zoe viva, mesmo que ela já tenha visto dias melhores. E foi com todas essas sensações estranhas e coisas assim que março se desenrolou.

Favoritos do Mês
Filme: Em fevereiro, eu tirei alguns momentos para assistir filmes quando não estava assistindo Superstorm Sophie um milhão de vezes, e logo no final do mês eu assisti ao filme da Pixar que eu achei que não ia me fazer chorar tanto assim, até que o final aconteceu e eu quase morri. É claro que eu estou falando de Coco (aka Viva! A Vida é uma Festa), que eu esperei por meses para ver no cinema e que deveria ter sido o primeiro filme do ano, mas que nunca veio para cá. Coco, aliás, foi a primeira decepção do tipo este ano, sendo seguida por Crazy Rich Asians e mais recentemente, The Hate U Give. Adianta o quê a gente ter mais representatividade em Hollywood se as distribuidoras e os cinemas brasileiros estão ou a) unidos para não mostrar filmes que eles ACHAM que não vai trazer lucro OU b) brigando para ver quem vai ganhar mais dinheiro em cima de filmes que VÃO trazer lucro. Falando nisso, eis uma menção honrosa ao último filme que eu vi na estreia, porque não teve pré-estreia aqui na cidade mesmo que todos os outros filmes de super-herói tenham pré-estreia: Pantera Negra foi um dos melhores filmes do ano e eu pensei que fosse ser a única pessoa do universo a não ter um crush em Michael B. Jordan, mas eu sou apenas humana, okay?  E já que falamos em filmes, em injustiças, em fevereiro e em atores de Pantera Negra, eu queria dizer algo que não é dito desde o Oscar: Daniel Kaluuya foi roubado. Só isso mesmo.
Série: Assim como em janeiro, só existe uma resposta possível: Love Daily. O clássico automático da AwesomenessTV que me faz muita falta desde que o Go90 deixou de existir, tomou meu coração e meus dias praticamente o ano inteiro. Nos primeiros dias, eu assistia um episódio e seguia pra Superstorm Sophie, assistia outro, voltava em Superstorm Sophie, assistia Christmas Dumplings porque aquele episódio é muito bom e aí assistia Superstorm Sophie de novo. Eu nunca disse que não era uma pessoa parcial, mas ver meu anjinho em uma comédia romântica realizou sonhos que eu nem sabia que eu tinha. E apesar de o episódio ser apenas o número seis entre os melhores episódios da série, também é o episódio que eu já vi com mais frequência e que vou continuar revendo (não me perguntem como).
Música: Em fevereiro, Bahari, meu então trio e agora duo preferido (desculpa Post Precious, a culpa não é minha se o trio virou duo), lançou o primeiro dos três singles que viriam a lançar em 2018, ou seja, Fucked Up. Foi o começo daquela que seria uma renovação do estilo musical das minhas meninas, que na verdade retomou o que Wild Ones começou e teve muito mais a ver com quem elas realmente são. Mas eu escrevi mais sobre isso aqui.
Melhor peça de mídia consumida em fevereiro: Eu até me sinto culpada porque eu tinha esquecido que vi muito filme bom em fevereiro, mas todo mundo sabe que eu tenho um péssimo gosto pra tudo que não seja música então FOI SUPERSTORM SOPHIE SIIIM. ME ENGULA.


Março
Em março, a faculdade já tinha engulido minha alma completamente. Eu nem conseguia pensar além dela e eu estava exausta o tempo inteiro. Com o processo REDA rolando, eu não estava trabalhando em um dos meus empregos porque a gente nem tinha o que fazer sem os profissionais contratados ali. Para piorar a situação, esse processo causou a maior briga com a associação de professores acusando irregularidades e os profissionais participando do processo implorando para isso não acontecer. Mas se você quiser saber mais disso, meus amigos brilhantes escreveram sobre e fizeram a cobertura que faria do Avoador o que ele é no momento. O importante para esta retrospectiva é que todo mundo estava com o c* trancado esperando por notícias do desenrolo e morrendo de medo de perder o emprego. Eu estava torcendo para que meus amigos e as pessoas que eu gosto não perdessem o emprego, enquanto chorava para que o processo acabasse logo e eu pudesse pedir minha demissão. Além disso, apesar de não ter carga horária em um dos meus empregos, no outro, as coisas continuavam firmes, fortes e ridículas.


Mas se eu achava que as coisas estavam feias antes de eu pedir demissão, eu não estava pronta para o que aconteceria depois que eu pedisse demissão. O processo do REDA terminou no começo da segunda semana de março, já com a convocação, e enquanto a equipe mudava quase completamente (só duas pessoas se salvaram), eu fui até o diretor do sistema de TV para Pedir Pra Sair. Àquela altura já fazia 11 meses que eu trabalhava ali e apesar de não ser exatamente a pessoa mais proativa do mundo (eu odiava o meu emprego, vocês queriam o quê?), eu também nunca foi um problema. Quando eu expliquei que eu queria sair porque aquilo simplesmente não era o que eu queria fazer e não fazia muito sentido continuar ali para ter uma experiência que eu não ia usar, quando eu poderia focar nas experiências que eu vou usar, ele entendeu perfeitamente e eu saí de lá com o coração mais leve. 
Marquei então uma reunião com a minha outra chefe na sexta, para conversar sobre a minha saída. Entendam: Eu tenho muito respeito por essa mulher enquanto profissional e eu tenho muito respeito por ela enquanto pessoa também, mas ela não é exatamente uma pessoa fácil de lidar. Eu digo isso porque não estou "expondo" ela aqui, só estou compartilhando minha história. Para começo de conversa, eu meio que tive que implorar para que ela fosse para a reunião e ela se atrasou em quase uma hora enquanto eu quase vomitava o meu almoço de tanta ansiedade. (Se é que eu almocei aquele dia). Quando ela finalmente chegou e eu expliquei a situação da mesmíssima forma que expliquei para o meu outro chefe, ela ficou completamente chocada. Eu estava com medo que ela fosse gritar, mas o choque foi maior porque não passava pela cabeça dela que eu estivesse odiando meu trabalho. Sério, até minha sobrinha que na época era um feto de 4 meses tinha percebido que eu estava odiando meu trabalho. Minha chefe insistiu para que eu ficasse, disse que arranjaria alguém para me ajudar com as minhas obrigações (o que, na verdade, já era para acontecer desde sempre. Duas pessoas foram contratadas para exercer a mesma função, mas desde que eu entrei no estágio, só eu exercia a maldita função) e disse que conversaria para que eu trabalhasse em um lugar só. Eu agradeci, mas só pedi para sair mesmo. Ela então me passou algumas coisas que queria que eu fizesse até a minha saída. Eu queria sair uma semana depois, no dia 16 de março, mas ela sugeriu que eu ficasse duas, porque como eu podia notar, ela me passou muitas coisas para fazer. Eu disse a ela que ia tentar terminar até dia 16, mas que se não desse, ficaria mais uma semana.
Eu não necessariamente me dediquei tanto quanto deveria e muito menos terminei tudo que ela me passou. Mas sendo justa comigo mesma, aquilo era trabalho para duas pessoas, no mínimo. Preocupada com o que poderia acontecer na reunião seguinte, eu fui à gerência responsável e comecei o meu processo de demissão, com a data de saída marcada para o dia 23 de março. No dia 17, um sábado, tive reunião às 8 da matina para apresentar meus resultados desde então. Cheguei atrasada, porque estávamos falando de uma reunião do outro lado da cidade e eu completamente exausta. Eu levei uma leve bronca por isso, mas de novo, fui justa comigo mesma e lembrei que normalmente era sempre eu esperando por horas (no dia em que fui contratada, eu tive que esperar duas horas no consultório da minha chefe porque ela queria me ver e eu precisava falar com ela, mas ela não trabalhava na universidade no dia). Apresentei o que eu tinha feito até então, que não era muito, e então foi a hora dela me dar novas atividades. Eis que ela abre o e-mail e começa a me mandar links, fotos e textos para que eu publique no site do projeto, além de informações que ela queria até a semana seguinte. Cada nova atividade, um novo e-mail, só para que eu soubesse quanta coisa precisava fazer. O resultado foram 46 e-mails. 46 atividades. Para resolver em uma semana.


E se você acha que isso não teve nada a ver com manipulação psicológica: Depois de me enviar todos os e-mails, eu recebo uma risadinha e a frase "O jeito vai ser você ficar mais tempo né? Não dá para fazer tudo em uma semana" à qual eu respondi "Vai ter que dar, eu já pedi demissão na gerência e meu contrato acaba dia 23". Todo inferno implodiu naquele momento enquanto o rosto dela desmoronava e ela pedia que eu ficasse mais um mês, já que meu contrato faria um ano no dia 10 de abril, pedia que eu mudasse de ideia, pedia que eu ficasse mais um tempo para treinar alguém, disse que meu outro chefe achava que eu deveria ficar também (mentira, porque ele me diria). Decidida a sair e a não trabalhar um dia sequer sem receber para isso, eu insisti e pedi que ela marcasse a reunião final para o dia 23, meu último dia. Saí de lá com vontade de chorar e de sumir, mas saí com a cabeça erguida e voltei para casa para me afundar na voz da Kira, que tinha acabado de lançar SPY.
Você deve estar se perguntando "Tudo isso por uma estagiária?". Não acho que eu era considerada muita coisa ali dentro, ou não haveriam tantas tentativas de manipulação, mas a verdade é: Eu era a única que fazia o que eu tava fazendo. Em um projeto de saúde com mais de 40 estagiários de medicina, enfermagem e nutrição entre os quais um deles deveria exercer a mesma função que eu, atualizando o site e cobrindo, mas que nenhum deles quis, porque não tinham o mínimo interesse em conhecer mais de outra área (e eu estava ali conhecendo mais de outra área, mas o pessoal da saúde acha a própria área a mais importante de todas, então não se rebaixam ás outras áreas). Eu era a única indo para os eventos, fazendo coberturas, tirando fotos, organizando o site, correndo atrás das coisas e tudo isso enquanto passava a metade da semana trabalhando na produção dos jornais da TV. Quando eu saí, tinham dito que iriam dar o site para outra pessoa mexer. Essa outra pessoa só efetivamente começou a trabalhar no site dois meses depois e me mandou mensagem pedindo ajuda e dizendo que eu estava fazendo falta. Eu nem sei como site anda hoje em dia, só sei que a última vez que tive notícias dele foi em julho.
A última reunião, que deveria ser dia 23, foi marcada para o dia 24 pela manhã, outro sábado e foi pedido algumas vezes para eu não me atrasar. Eu estava com ódio por trabalhar um dia a mais do que receberia, mas resolvi dar o braço a torcer pela última vez. Só que eu passei o dia anterior trabalhando até tarde para terminar o que conseguia, dormi demais na manhã de sábado e cheguei atrasada de novo. A reunião era com mais membros do projeto e quando eu cheguei lá, fui cumprimentada por todos os outros membros — minha chefe não respondeu meu "bom dia", não me disse "oi", não olhou para mim e só me dirigiu a palavra quando estritamente necessário. Eu deixei todas as informações que precisava e disse tchau. Até me ofereceram carona, mas eu estava tão abismada pelo comportamento frio que quis ir andando até o ponto de ônibus. Eu fiquei em choque com como alguém que me fazia perder horas esperando sempre poderia surtar e não querer falar comigo, só porque eu me atrasei quando ela disse para eu não me atrasar. Eu sou uma pessoa atrasada e ficar brava é justo, porque o tempo dos outros é valioso, mas eu tenho essa compreensão, enquanto ela, me fez perder tempo por muito tempo e depois não quis olhar na minha cara.
Mas eu não deixei isso estragar meu alívio por estar livre. Pensei nisso como a última coisa que provava que eu lutei até o fim e agora estava livre, leve e solta para fazer o que eu sempre quis e mostrar que eu era boa e dedicada ao que eu queria fazer, tanto quanto ao que eu não queria fazer. Eu sabia o caminho que eu queria traçar, mas eu não estava pronta para toda a autossabotagem, toda insegurança e todo medo que se colocaria em meu caminho. Mas isso fica para abril.

Favoritos do Mês
Filme: De acordo com o Letterboxd, eu não vi nenhum filme em março, o que não parece muito real, mas até que faz sentido.
Série: ON MY BLOCK, ON MY BLOCK e já disse, ON MY BLOCK?? Apesar de ter passado boa parte de março divulgando a série familiar da Netflix, Al*x* and K*ti* (nessa casa nós não invocamos série de gente escrota), isso logo se provaria a pior coisa que eu já fiz e foi On My Block, minha segunda série mais esperada em março, que se mostrou a melhor coisa que eu vi. On My Block foi uma das melhores estreias do ano e eu quero MUITO a segunda temporada para descobrir que cacete vai acontecer depois daquilo. Se você ainda não assistiu On My Block na Netflix, por favor, pare de jogar seu tempo fora e vá mudar sua vida. Obrigada.
Música: Apesar de não mais no Spotify porque Kira Nicole Kosarin é a pessoa mais libriana na face da Terra, a música que eu mais ouvi este ano, SPY, é definitivamente a minha música preferida de março. Na verdade, março foi um mês bem focado na Kira, porque ela é o amor da minha vida e ela sabe quando eu preciso dela, mesmo que seja em um nível exotérico e coincidente. Apesar de não ser o estilo da música e de muito menos ser a minha preferida da Kira, SPY é uma das músicas que me acalma assim que começa a tocar. Provavelmente porque á a voz do amor da minha vida cantando. Já falei que a Kira é o amor da minha vida?




Em março também teve KCAs, que aliás aconteceram no sábado em que eu terminei o estágio, evento pelo qual eu ainda não perdoei a Nickelodeon. Os vencedores do Kids' Choice Awards são decididos "pelo voto popular e outros fatores", o que basicamente quer dizer que a Nickelodeon dá o prêmio para quem eles quiserem. Este ano, eles queriam uma premiação temática de Stranger Things, então o prêmio foi automaticamente para a Millie Bobby Brown, apesar de a Kira ter tido muito mais votos, pelo menos no Twitter. Essa foi a primeira das coisas que levaram à queda da Nickelodeon no meu conceito, o que eventualmente levou a uma guerra completa contra a emissora. Mas eu falarei mais disso em abril ou maio porque foi quando a coisa ficou séria mesmo.
Melhor peça de mídia consumida em março: Surpreendentemente, eu vou usar esse espaço para falar do meu podcast preferido que eu descobri em março e que me ajudou muito a não matar ninguém pelo resto do mês. My Favorite Murder é apresentado por Georgia Hardstark e Karen Kilgariff e em todo episódio, cada uma conta um caso de crimes reais. O podcast é uma mistura de duas coisas que eu amo (true crime + comédia) e é sempre o que eu estou ouvindo o tempo inteiro porque até hoje eu ainda não consegui ouvir todos os episódios. Mais ou menos um mês depois de eu ter começado a ouvir o podcast, Joseph James DeAngelo, o suposto Golden State Killer (um dos primeiros casos tratados no podcast) foi preso e aí foi que as coisas ficaram bem interessantes. Isso inclusive me lembrou que tem um post sobre true crime que eu estou prometendo desde agosto e ainda não terminei. Ooops. Quem sabe quando as aulas da faculdade terminarem?

Eu terminei o post mesmo?????????????? Eu não acredito que terminei o post mesmo!!!!!! Um milhão de anos depois, OBRIGADA MEU DEUS!!!! Prometo que darei o meu melhor para que a parte dois (de abril a junho) saia na sexta-feira mesmo. E amanhã o post sobre literatura independente estará disponível, não importa quem eu tenha que matar. É isso! Vejo vocês amanhã,
G.

Só um lembrete de que tá rolando sorteio de duas cópias físicas de A Linha de Rumo no Instagram, mas apenas quando e se meu Instagram chegar a 7 mil seguidores então continuem marcando amigos nos comentários e recomendando a conta