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Eu já escrevi textão sobre isso no Instagram, mas o que não falta é palavras para dizer o quanto eu sou grata por ter visto esse espaço crescer junto comigo. Eu sei que falo disso todo ano, mas eu tenho pensado bastante sobre o quanto é incrível ter um canal para expressar sentimentos e compartilhar experiencias conforme eu crescia. Nem todo mundo tem essa sorte.
Eu não tenho medo ou vergonha do que já postei aqui, mesmo sabendo que eu era praticamente uma criança e criança faz merda. Isso não quer dizer que não seja difícil voltar atrás e ver o que já aconteceu — ontem mesmo, eu resolvi dar uma olhada nos posts que eu fiz em cada um dos aniversários do blog e vi coisas que eu não queria ver, sobre pessoas que eu cortei da minha vida em nome de... bem, da minha vida. Mas se tem uma coisa que eu aprendi das pessoas que eu escolhi manter na minha vida é que existe força na vulnerabilidade, sim. E foi assim que eu escolhi o tema do post de aniversário deste ano.
Há algumas semanas, eu fiz uma thread de confissão no Twitter sobre como ter descoberto que um blog extremamente famoso do meio literário foi criado no mesmo dia que o QaMdE me afetou. Minha questão nem é a fama pela fama — eu nunca quis me tornar a blogueira mais rica do mundo ou algo do tipo —, mas todas as oportunidades que eu não tive, mesmo trabalhando nisso pelo mesmo espaço de tempo. E não me entendam errado: Não é inveja por inveja e muito menos, eu acho que sou mais merecedora desse espaço ou que a dona do outro blog não merece. Além disso, eu sei que comecei aqui com 12 anos e que nem sei o que faria se tivesse outras oportunidades quando tinha 15 ou 16 anos. É só que é impossível não se comparar.
Pensando nisso e em todas as metas e objetivos que eu tenho para o blog em 2022, eu resolvi me auto avaliar em relação aos últimos 11 anos: O que eu fiz de errado? O que eu pretendo fazer de certo? O que não foi certo, nem errado, mas eu faria diferente? Como o blog seria se este fosse o primeiro post? Como eu faria do Quebrei a máquina de escrever um blog pessoal, sobre escrita e sobre cultura pop que fosse interessante para ler, que fosse um dos blogs mais acessados em sua área? Reuni tudo aqui pra gente pensar e repensar e repensar junto.
Eu pensaria um pouco mais no meu público
Uma das coisas que eu vejo como meu diferencial como criadora de conteúdo na internet é sempre fazer o que eu quero. O que dá na telha mesmo. Todas as vezes que eu resolvi seguir o que o mercado me dizia, eu me senti perdida e falsa, como se tivesse mentindo pra quem lê meus textos. Só que recentemente, focando no crescimento do blog e tendo aprendido mais sobre marketing digital, eu me dei conta de que: o que eu quero falar sobre e o que as pessoas querem ler se cruzam em vários momentos.
É uma questão de estratégia: Se eu tenho várias situações acontecendo ao mesmo tempo e eu quero escrever sobre todas, priorizar elas de acordo com o que o meu público quer ler (ao invés do que as vozes da minha cabeça disseram que é a ordem certa), seria muito mais inteligente. Existe um motivo pelo qual os posts sobre o NaNoWriMo e os textos do "É só uma fase..." (a coluna sobre crescer que eu posto perto do meu aniversário) se saem melhor do que qualquer outro tipo de post. É o que as pessoas querem ler. Meus leitores escrevem, leem e crescem junto comigo.
Isso não quer dizer que os textos bestas e sobre nada não tem seu espaço. E muito menos que um texto completamente fora do que o povo quer não vai ser bem sucedido, justamente por surpreender. Só qu lembrar de quem vai ler, te faz um escritor melhor. Nós somos nosso primeiro público, mas a menos que a gente queira ser o único, é preciso lembrar do outro.
Eu confiaria no meu taco um pouquinho mais
Quando eu comecei o blog eu tinha (quase) 13 anos e uma confiança em mim mesma que somente anos de abuso emocional tirariam de mim. Eu tinha certeza de que sabia o que estava fazendo, mesmo que estivesse fazendo tudo errado. Eu sinto falta disso. Nada substitui aquela crença absoluta que a gente tem na gente mesmo antes da vida encher a gente de porrada e fazer a gente duvidar até do que passou anos estudando.
Eu sinto que a falta de fé em mim mesma me atrasou muito nos últimos anos. Ao invés de aprender verdades absolutas sobre algoritmos, eu me agarrei a métodos e teorias que não se alinham exatamente ao que eu acredito. Ao invés de seguir minhas próprias regras, eu fui atrás de copiar quem era "mais bem sucedido que eu" e me perdi.
Basicamente: Eu queria me lembrar que quando a gente está em uma jornada, pegar um atalho nem sempre é uma boa ideia. E a gente não tem ninguém além de si mesmo a culpar, quando ouvimos gente demais em relação a qual é o melhor caminho.
Eu respeitaria mais o conteúdo pelo conteúdo
Existe uma cultura online muito grande de que "criador" não é uma função em si. Tem muita gente que apesar de conseguir grande parte da renda na internet, não vai se chamar de criador por vergonha de ser taxado de "blogueirinha". Eu fui assim por um tempo: Não era criadora de conteúdo, era escritora.
Eu só fui ver a criação de conteúdo como uma profissão por si só nos últimos 2, 3 anos e isso me fez demorar para absorver e usar muitas das habilidades que eu só tenho porque criei conteúdo na internet pelos últimos 11 anos. Mas uma coisa é certa, depois que eu me dei conta do quanto essas habilidades são necessárias e valorizadas nos dias de hoje, eu me tornei imparável.
Eu me daria mais tempo
Eu levei tempo demais para me dar conta de que não precisava compartilhar tudo aqui e que não precisava compartilhar as coisas assim que elas aconteciam. Eu já falei disso, mas só em 2018 eu percebi que eu podia esperar e que eu podia guardar algumas coisas só para mim. Isso diminuiu o número de posts e a frequência? Sim. Mas ao mesmo tempo me trouxe uma liberdade que eu merecia ter tido antes.
Ano passado, quando eu postei "A faculdade pública a gente paga com a alma" eu já tinha tido um tempo maior para processar meus traumas da faculdade e redescobrir meu amor por estudar. E o post saiu de uma forma que eu tenho muito mais orgulho do que teria se tivesse escrito ele em 2019. Por mais que escrever seja uma forma de processar dores, tristezas e expressar sentimentos perigosos e profundos, é muito melhor quando as palavras vem de um lugar de amor e cura.
Respeitar meu tempo em relação a compartilhar o que eu vivo é algo que tem me tornado uma pessoa, escritora e criadora melhor.
Eu compartilharia mais conhecimento
Eu sempre amei saber um pouco de tudo. Sempre amei quão rápido eu aprendo coisas novas e o conhecimento em várias áreas. Mas na vida, eu sempre fui taxada como "estranha" pelos meus interesses específicos (coisa de gente neurodivergente), então depois de um tempo, eu deixava as coisas estranhas e diversas de lado para poder falar do que eu sou especialista (escrita, jornalismo, literatura e saúde mental e trauma, só porque eu nunca calo a boca sobre isso).
Isso fez com que eu escondesse uma parte grande de mim que tem muito o que compartilhar com o mundo. Não só eu merecia usar o espaço que eu mesma construir para compartilhar essas partes do meu cérebro, como meus leitores mereciam poder ver esses espaços do mundo através dos meus olhos. Como eu disse, tudo que é escrito com amor é melhor e mais bonito.
Eu também demorei muito pra perceber que eu tenho o que compartilhar e ensinar nas áreas que eu sou especialista. Poderia ter lançado a Oficina de Escrita Criativa mais cedo. Eu queria ter começado a dar as aulas gratuitas de escrita criativa que eu quero dar no YouTube, alguns anos atrás porque aí eu já teria avançado bastante. Só que nesse caso é meio chato ficar pensando "eu queria": hoje eu tenho mais a compartilhar do que o ano passado e por isso os vídeos terão mais substância quando forem ao ar. O melhor dia para começar a fazer algo, é hoje.
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E é isso,
Vejo vocês muuuuuuito em breve, se tudo der certo.
Beijo,
G.
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