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VOLTEI!! Não só voltei com um novo template do blog, nova página inicial e novo design, mas voltei para a minha cidade e meu home office depois de 19 longos dias viajando. Originalmente eram 18, mas a viagem de volta que começou na terça (5), acabou na quarta (6) com 8 longas horas de atraso, me fazendo perder o dia inteiro. Eu tenho vários planos até o fim do ano aqui no blog e muita novidade que eu queria já ter colocado em prática, mas não rolou. Elas Vêm Aí™, mas antes disso, eu ainda tenho muuuuita coisa que eu quero compartilhar com vocês (e muitas outras que não quero) sobre essa viagem — que foi a primeira vez que eu saí da Bahia desde antes da pandemia. 

A ideia original era gravar conteúdo em vídeo, mas uma série de desgraças acontecimentos fizeram com que eu não sentisse nem vontade de ligar a câmera. Então, como eu disse anteriormente, voltemos ao meu meio original e deixa eu contar para vocês o que rolou na viagem por escrito e em etapas. Este post ia ser um só, mas realmente acabou tão grande que eu resolvi dividir em dois. A Parte 2 sai ainda esta semana, se der tudo certo. E essa aqui termina com suspense.

Importante: nesta nova fase do blog vocês vão notar que os posts agora terão anúncios dividindo parágrafos, além dos bons e velhos gifs e vídeos. Sobre isso, a única coisa que eu tenho a dizer é: eu tenho contas e dívidas a pagar, okay?


O PRÉ-VIAGEM

A primeira coisa que eu fiz quando eu eu soube que Taylor Swift estava a caminho do Brasil foi fazer meu CadÚnico para gerar meu ID Jovem. Tinha um tempo que eu sabia que era elegível e que falava o tempo inteiro que ia fazer, mas Taylor Swift finalmente me deu o motivo final para fazer isso. Para quem não sabe, a Identidade Jovem está disponível pra jovens entre 15 e 29 anos com renda familiar (ou seja, a renda de todo mundo que mora na residência) abaixo de 2 salários mínimos. O ID Jovem oferece diversos benefícios como, por exemplo, meia entrada em eventos culturais e passagem de ônibus gratuitas ou com 50% de desconto em ônibus convencionais interestaduais. Você só precisa ter o CadÚnico atualizado e o ID é gerado dentro de 45 dias. Quem quiser saber mais pode acessar o site do governo sobre o tema.

A única chance que eu tinha de sequer ir para os shows era justamente com o ID Jovem. Com 5 meses para me planejar, eu já contava com as passagens de ônibus gratuitas e com a hospedagem na casa da minha tia no Rio de Janeiro. Eu também escolhi o Rio porque o Engenhão fica ao lado de uma estação de trem e eu ia depender de transporte público. Não era só sobre economizar dinheiro, mas sobre não ter mesmo. Para vocês terem uma ideia, em agosto para conseguir pagar a última parcela do ingresso da Eras, eu precisei vender minha Alexa. Isso foi quando eu ainda estava no meu trabalho antigo, é claro, mas mesmo para a viagem em si eu precisei me apertar bastante e até sair vendendo alguns dos meus livros no sebo por um valor bem abaixo do que eles mereciam.

De qualquer forma, no começo de novembro, já tava tudo certo. Eu estava com as passagens para o Rio de Janeiro "compradas" pelo ID Jovem (na verdade só paguei pedágios e taxas de embarque, totalizando cerca de R$21), tudo alinhado com a minha tia para que eu ficasse na casa dela. Sairia no dia 17/11 e chegaria de viagem no dia 27/11. Nas roupas, vestido comprado, bota que eu ganhei de presente a caminho, pulseiras feitas e últimas miçangas preparadas. Até consegui comprar maquiagem com um desconto maluco e ainda fechei uma publi para o filme da The Eras com um shopping daqui que resultou em uma grana extra para a viagem. E aí, no dia 10 de novembro, a porra ficou séria.

Se você assistir o vlog acima vai ver que lá no finalzinho eu digo algo como "eu recebi a noticia oficialmente de que depois que eu for pro Rio eu vou pra São Paulo". Eu também falo sobre vender coisas usadas e livros, provando o que eu já disse anteriormente sobre NÃO TER DINHEIRO. E se eu não tinha dinheiro, por que caralhos eu resolvi ir para São Paulo depois de ir pro Rio?? Juntando isso com alguns posts no Instagram e Twitter sobre estar procurando ingressos para a CCXP, eu já sentia que estava sendo um pouco óbvia demais. Eu sempre fui meio doida e impulsiva, mas só existia uma pessoa pela qual eu faria uma loucura desse tamanho, então todo mundo deveria ter percebido quem estava vindo para a CCXP. Ao mesmo tempo, não existia a mínima chance de eu não ir para a CCXP e perder aquele momento. Mesmo que eu tivesse que vender os ingressos da Taylor. Era literalmente o único cenário no qual eu sacrificaria a coisa pela qual eu fiz tantos sacrifícios.

Eu já me referi a Kira Kosarin como "minha nº 1" diversas vezes e em diversos contextos, mas nem todo mundo percebe o quanto eu priorizo ela (e a parte engraçada é que eu acho que as pessoas entenderiam melhor se eu priorizasse a Taylor, então muitas vezes eu tenho que explicar que por mais que eu goste da Taylor, a Kira é a minha Taylor). Felizmente, a maioria das pessoas ao meu redor entende o quanto ela e aquele momento na CCXP seriam importantes para mim. Eu imediatamente mandei mensagem para a minha melhor amiga que é especialista em CCXP e a gente começou a planejar tudo. Babi foi literalmente uma guerreira nessas últimas semanas porque se eu tivesse que me aguentar como ela me aguentou, eu teria cometido um crime. Meus tios, irmãos e parentes também entenderam imediatamente e me ajudaram financeira e emocionalmente de uma forma inacreditável. A verdade é que pelos últimos 7 anos(!!) Kira Kosarin tem sido uma parte tão gigantesca da minha vida que simplesmente não existia a mínima chance de ela vir ao Brasil a trabalho e eu não estar na plateia, com uma camisa com a cara dela, berrando mais alto do que todo mundo.

Então, os planos de viagem mudaram rapidamente. Eu ainda iria para o Rio de Janeiro no dia 17 de novembro, mas troquei minha viagem de volta (também só com a taxa de embarque e pedágio para pagar! OBRIGADA, PRESIDENTA DILMA!!) para sair de São Paulo, agora no dia 5 de dezembro. Do Rio para São Paulo eu consegui comprar uma passagem de somente R$38 no ônibus mais confortável que já peguei na vida (OBRIGADA, BABI!). Meu salário cairia no meio da viagem, então eu conseguiria sobreviver durante a viagem. O ingresso para o sábado da CCXP, que já estava esgotado, eu comprei em revenda dividido em 2x com juros no Pix. Hospedagem em São Paulo ficou em um mix de ficar com parentes e ficar numa cama extra do hostel com minha amiga. No fim, o que importa é: deu tudo certo. Só não foi fácil.


RIO DE JANEIRO: ERAS TOUR

Eu já tive muitos dias longos nessa vida, mas o dia 17 de novembro de 2023 foi particularmente longo. Foi um dia de trabalho presencial no meu novo emprego híbrido, então eu saí de casa às 9h10 e terminei de trabalhar às 19h. No meio disso tudo, eu precisei ir na farmácia comprar meus remédios controlados que eu não podia comprar em outro estado com a mesma receita, vir em casa almoçar e fechar a mala, antes de voltar para o trabalho para uma reunião que não aconteceu e um evento que precisei sair antes do fim para não perder o ônibus, precisando ir antes no mercado comprar lanches para uma viagem de 18 horas — comprei extra e aproveitei as promoções de quantidade porque "o que sobrar eu levo para o show".

Aqui eu vou parar para falar sobre o clima naquela sexta-feira. Antes que qualquer coisa acontecesse, quem estava se preparando para a Eras Tour Rio estava se preparando para um dos fins de semana mais incríveis da própria vida. Eu estava em um grupo de pessoas que iria para os shows e, enquanto eu estava no ponto de ônibus para o trabalho, fiquei observando as conversas que corriam. A fila já tinha começado a ser formada, as pessoas falavam sobre o calor e sobre o uso de sombrinhas que precisariam ser descartadas depois. A preocupação principal de quem ia para o meu show (que até então era o do dia 19) era a previsão de chuva para a data. O show do dia 10 na Argentina tinha sido adiado pela chuva de granizo, então essa preocupação era justamente o medo de que esse show fosse adiado. O adiamento de um show cujo público veio do país inteiro e até de fora, envolve custos pessoais e financeiros com os quais algumas pessoas simplesmente não podiam arcar e essa preocupação com a chuva vinha de algo visível, compreensível e que já tinha acontecido antes. 

O que aconteceu na noite do dia 17 foi algo novo e imprevisível para quem estava indo para o show. Não, isso não é exatamente verdade. Uma semana antes dos shows da Taylor, quando o RBD tocou no Engenhão, alguns fãs (incluindo, é claro, o Update Swift Brasil) fizeram campanha no Twitter para que a prefeitura e a T4F fizessem algo para deixar o público seguro por causa do calor. Seja com caminhões de água, cobertura da fila para que tivesse sombras ou distribuição de água. A campanha foi recebida com o desdenho pela maioria das pessoas e até eu mesma respondi que era impossível que fizessem qualquer coisa e que shows, normalmente, são assim mesmo (isso sequer era verdade. Outros shows já tiveram ações de prevenção ao calor anteriormente, sem que ninguém precisasse morrer, mas eu não sabia disso.) 

Uma coisa que eu pensei bastante depois, porém, foi no fato de que para grande parte das pessoas o show da Taylor foi o primeiro show de grande produção que eles puderam ir. Lembra o que eu falei sobre artistas pelos quais a gente faz coisas que não faria por mais ninguém? A Taylor é essa artista para a maioria das pessoas ali. Também tem muita gente na minha idade que só pode ir para os primeiros shows agora, porque não tinha grana quando era adolescente e agora finalmente pode pagar as próprias contas. Não ter experiência com shows dessa dimensão e se basear no que as outras pessoas falam é muito perigoso. Meu primeiro show foi aos 16 anos e uma amiga que tinha ido no show no dia anterior me disse para não fazer xixi nas horas anteriores para não desidratar durante o show, já que você sua muito no show e eu segui a dica. Hoje, eu sei que na hora que o xixi já está na bexiga ele não vira suor e nem te impede de desidratar. Mas com a base que eu sabia naquele dia, eu fiz um pouco de xixi nas calças, sim.

Voltando à linha do tempo, eu voltei em casa no dia 17 para pegar minha mala e conferi minha passagem. Eu tinha decorado (e dito para todo mundo) que meu ônibus era às 20h45, por motivos desconhecidos. Acho que meu cérebro criou um mecanismo de defesa para que eu não perdesse o ônibus, que era às 21h30. Ele também era em trânsito, então sujeito a atraso. Isso quer dizer que eu acompanhei a primeira parte do show do dia 17 pelo Twitter e ainda em casa. Àquela altura, eu já tinha visto algumas pessoas falando sobre terem passado mal pelo calor, mas nada que parecesse além do normal. Às 21h eu fui para a rodoviária e encontrei o lugar lotado porque um ônibus grande tinha quebrado no caminho de Fortaleza e os passageiros estavam esperando o substituto. Meu ônibus estava "quase chegando" e eu era a única que ia embarcar nele na minha cidade. O ônibus chegou às 22h40 e eu consegui acompanhar o show até depois das surprise songs. Assim que eu entrei, antes de sair da cidade, eu caí no sono.


Vou pular um pouco aqui, porque eu acho que eu fiz um trabalho muito bom explicando tudo que aconteceu no vlog acima, que tem 30 minutos de duração. Tudo que eu não expliquei no vlog, está neste vídeo aqui (que também está abaixo nesse post) que eu gravei e publiquei no dia 19, assim que acordei. Ainda assim, quero dar uma linha do tempo para vocês, de coisas que eu não gravei:

  • Minha viagem começou às 22h50 e como eu expliquei, eu peguei logo no sono. Um pouco antes disso, eu tinha visto o vídeo da Taylor distribuindo água para os fãs da grade durante All Too Well e comentei esperançosamente no Twitter que talvez a T4F liberasse a entrada de água no Engenhão para que não ficasse essa vergonha para eles. Imediatamente alguém me respondeu que isso nunca aconteceria, porque tem muitas bebidas destiladas que podem ser confundidas com água. Eu ainda sentia que uma mudança podia acontecer, por isso não respondi.
  • Às 2 da manhã, uma parada em Ponto dos Volantes, MG me fez acordar e pegar o celular. As primeiras notícias sobre a morte da Ana apareceram na timeline, mas ainda não era confirmado por nenhuma fonte oficial. Quando o ônibus saiu de novo, eu dormi com o coração pesado e com pesadelos.
  • Às 5 da manhã o ônibus parou de novo para a troca de motoristas em Teófilo Otoni, fazendo com que eu novamente acordasse. Foi quando eu vi a mensagem da Taylor no Instagram. Ela foi a primeira pessoa "da organização do evento" a confirmar a morte da Ana. Era impossível sequer acompanhar o que realmente estava acontecendo, pelo horário e pela chuva de comentários caóticos naquele momento.
  • Às 9h30 da manhã do dia 18, o ônibus parou novamente, para o café da manhã e eu acordei de uma vez por todas. A partir daí minha mão não saiu do celular. Não consegui ler ou ver série ou fazer qualquer coisa além de esperar o celular ter sinal para acompanhar o que estava sendo dito. Como vocês podem imaginar, essa foi a coisa mais masoquista que eu poderia ter feito. Tudo estava um inferno e continuou um inferno por dias.
  • O show do dia 18 de novembro foi oficialmente adiado às 17h45, momento em que meu ônibus entrava na cidade do Rio de Janeiro, com cerca de 2 horas de atraso.

Eu não me posicionei sobre o adiamento porque sinceramente não sentia que a minha opinião acrescentasse algo, mas se fosse forçada a tomar um lado naquele dia, eu teria sido contra o adiamento até o momento que eu cheguei no Rio. Quando eu fui recebida pela temperatura do Rio de Janeiro no dia mais quente do ano e senti que eu suava mais rápido do que conseguia beber água, eu percebi que era completamente impossível para qualquer ser humano sustentar uma apresentação de 3 horas naquela temperatura. E aqui não falo só da Taylor, mas também da banda, das backing vocals, da equipe técnica e dos dançarinos que também passam pelo processo de mudança de Eras que a Taylor passa. A temperatura ainda mais alto do que no dia anterior, também poderia causar mais fatalidades no público mesmo com as "novas ações" tomadas pela T4F. Lembrem da história do xixi, gente em show e bom senso não andam lado a lado. O problema então se tornou não o adiamento/cancelamento, mas quando essa decisão foi tomada.

Antes de entender a situação completa no Rio eu era contra um possível adiamento justamente por causa do que já disse anteriormente: os custos pessoais e financeiros para quem provavelmente não poderia estar presente em um show em outra data. Eu não estava presente durante as discussões e decisões, mas se eu pudesse adivinhar, a demora na decisão do adiamento foi por causa dessas pessoas também, mas não da mesma forma. A T4F sabia muito bem que se o evento fosse adiado, por lei, eles iam precisar liberar reembolso e muitos ingressos seriam reembolsados. Além disso, eles investiram em coisas "novas" para o dia 18 que no fim não trouxeram retorno financeiro para eles, já que o evento não aconteceu. A razão, na minha concepção, foi essa: dinheiro. Eu cheguei a dizer e, ainda acredito, que a Taylor pode só ter percebido que não conseguia quando chegou ao Engenhão, mas isso também tem muito a ver com a minha experiência. Eu só percebi que um show no dia 18 seria impossível quando eu cheguei ao Rio de Janeiro.


De novo, tudo que vocês precisam saber sobre a troca de ingressos e porque eu fui dia 20 ao invés do dia 19 está no vídeo acima. Eu precisava desse dia extra e eu já tinha visto que a galera da Argentina trocou ingressos no show deles que foi adiado. Eu me lembro de acordar no dia 19 aliviada quando ouvi a chuva. "Chuva tudo bem, show na chuva ela faz". Irônico que 48 horas antes a maior preocupação do grupo de Swifties que eu estava era a chuva, né? Eu tirei o dia 19 para terminar minhas pulseiras, respirar fundo e me preparar para o dia seguinte. Àquela altura, os shows eram tudo que o país inteiro falava, enquanto a minha bolha da internet lidava com xenofobia, discussões que não levariam para lugar nenhum e um cenário que parecia mudar de 2 em 2 minutos.

Eu não vou falar aqui sobre o que aconteceu entre a entrevista da família da Ana no Fantástico dia 19 e a hora do meu show no dia 20 porque eu acho que a família dela já virou foco de discussão demais. O que importa é que eu fui uma das pessoas que vocalmente exigiu que a Taylor e a Taylor Nation falassem ou fizessem algo, sem simplesmente assumir que "ela com certeza fez" ou que "só não fez porque legalmente ela não pode". Existe muito pouca coisa que uma bilionária não possa fazer "legalmente" (e pouca coisa que seja ilegal para uma bilionária) e eu não conheço Taylor Swift pessoalmente e muito menos estive presente quando decisões foram ou deixaram de ser tomadas. Enquanto muita gente correu para defender quem admira, eu só conseguia me colocar na posição de quem mais sofreu.

Não somos todos iguais, mas a maioria das pessoas que eu conheço na minha faixa etária tem na música um dos principais motivos pra não desistir de tudo. Eu listaria a arte e cultura em um geral, mas a música está bem lá em cima. Nós estamos em um ciclo infinito de trabalhar para sobreviver, ao mesmo tempo que toda notícia e artigo científico que sai parece trazer menos e menos esperança de que um futuro sequer vá acontecer. É muito fácil perder as esperanças, mas a arte acaba sendo um motivo para continuar. Algo para realmente experimentar e experienciar até o último segundo para ter certeza que nosso tempo na Terra valeu a pena. Shows, então, se tornam o tipo de experiência que a gente sacrifica tudo para viver porque o tempo na Terra é curto e nós queremos o que é possível aproveitar. O que acontece, então, quando a gente se dá conta de que até mesmo essas experiências que nos dão vontade de viver, podem nos matar? E que depois que a gente for, quem a gente ama sequer vai poder nos honrar e viver esses momentos por nós sem ser violentado por uma opinião pública rasa? Na vida existem os momentos em que a gente se sente parte de algo maior que a gente e os momentos que a gente se sente só mais um na multidão. A The Eras era para ser o primeiro, mas em muitos momentos se tornou o segundo.

A pergunta que fica sendo repetida desde então é a mesma: valeu a pena? Sim. A Taylor entrega 3 horas de músicas que marcaram vários momentos da minha vida em uma performance surreal, mesmo eu já tendo visto o filme e acompanhado várias lives de shows. Viver aquele momento significou muita coisa. Até mesmo o momento dela cantando ME! no meu show se tornou uma memória que eu vou guardar para sempre. Mas também tem muitos arrependimentos e muitas coisas que eu gostaria que tivessem sido diferentes na experiência ao redor do show.

Lá em julho, no vlog de Barbie, eu falei que fiquei triste porque não sabia quando teria uma experiência similar no cinema de novo. Era mais do que somente assistir ao filme, mas assistir ao filme cercada de pessoas que se vestiram para o filme e compraram roupas cor-de-rosa e lanches temáticos da Barbie e que tinham todo um contexto histórico de terem brincado com Barbies quando eram criança. Sem falar nos meses de expectativas e trends na internet. A The Eras Tour também vinha carregada de uma experiência que ia além das 3 horas de show e que incluía as dezenas de milhares de pessoas ao meu redor. Infelizmente, muito dessa experiência se perdeu em medo, ansiedade e, honestamente, trauma. 

As memórias do meu show, no dia 20 de novembro sempre ficarão no meu coração e no meu canal do YouTube. É só difícil não pensar nas memórias que eu não pude fazer.

CONTINUA NA PARTE 2